Jesuítas: Revista «Brotéria» faz «balanço» de Ano Inaciano, destacando centralidade do «discernimento»

Padre Vasco Pinto de Magalhães explica que «é importante» começar a «olhar criticamente para tanto e tão variado investimento»

Lisboa, 07 jul 2022 (Ecclesia) – A Companhia de Jesus (Jeusítas) em Portugal faz “um balanço” do que fica da celebração do ‘Ano Inaciano’, “destacando a centralidade do discernimento como modo de estar em contacto com a realidade”, no novo número da revista ‘Brotéria’.

“Mais do que um grande evento, quis-se que este Ano fosse um exercício de memória agradecida, de celebração festiva e de abertura à desejável renovação que esteja à altura dos muitos desafios e interpelações dos novos tempos”, explica o padre Vasco Pinto de Magalhães.

No editorial ‘Ano Inaciano: o que fica para o futuro?, publicado na edição de julho da revista ‘Broteria’, o sacerdote jesuítas observa que “parece claro” que ainda não chegou o tempo de colher e de avaliar globalmente “as flores e os frutos do que se viveu neste Ano Inaciano”.

O ‘Ano Inaciano’ começou a ser celebrado dia 20 de maio de 2021, nos 500 anos da batalha de Pamplona, quando o jovem Iñigo López de Oñaz y Loyola foi atingido por uma bala, iniciando um período de convalescença e conversão que levou à fundação da Companhia de Jesus.

‘Ver novas todas as coisas em Cristo’ é o lema deste ano especial, celebrado pelos Jesuítas a nível mundial, que termina no dia 31 de julho, Festa de Santo Inácio de Loiola, na memória da sua morte em 1556.

Para o padre Vasco Pinto de Magalhães, este lema, proposto pelo superior geral dos jesuítas, o padre Arturo Sosa, “parece muito certeiro”, e realça que hoje, amanhã, e “em todas as circunstâncias e lugares, ver discernidamente”.

“Ver e distinguir com a sabedoria e a luz do Espírito Santo, essa Graça que confere o entendimento e a esperança de que o mundo precisa, gerando um caminho interior e um determinado modo de estar e de proceder”, explica.

Segundo o sacerdote receberam notícias “do muito que se fez e com qualidade” na celebração do ‘Ano Inaciano’, mas “não basta elencar acontecimentos”, sendo importante, desde já, disporem-se “a olhar criticamente para tanto e tão variado investimento”.

“Se ainda não é tempo de provar o vinho, pode e deve ser tempo de pôr em marcha a vindima”, assinala.

A revista cultural católica dos jesuítas em Portugal, por exemplo, a partir da narrativa da conversão de Santo Inácio, promoveu conversas sobre arte, literatura e alimentação, cultura, comunicação e natureza, “enquanto lugares efetivos de atenção a feridas e de cuidado do corpo individual e social”.

“’Ferida’, ‘caminhada’, ‘conversação’, ‘comunidade’, ‘transformação’, ‘ver de novo’, foram os temas propostos – poderiam constituir uma grelha possível de avaliação deste ano”, acrescenta o padre Vasco Pinto de Magalhães.

Durante este mês e até final de agosto, adianta o editorial, vão lançar nas redes sociais “conversas para combater o desassossego”, a partir da experiência de cada elemento da equipa da ‘Brotéria’.

No próximo dia 20, vai ser dinamizado um “Wrap-up Ano Inaciano” com a equipa da revista e com o padre Miguel Pedro Melo, o coordenador deste ano em Portugal, aberto a quem quiser participar, pelas 19h00, na sede, em Lisboa.

Da nova edição da revista, os editores destacam ainda a transcrição de uma conversa do Papa Francisco com os diretores das revistas culturais europeias dos Jesuítas, a três poéticas de louvor para “desver novas todas as coisas como uma provocação para começar como quem desaprende”, por João Maria Carvalho, e a recensão do livro ‘O Método Jakarta’.

CB/OC

 

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