A Companhia de Jesus pediu “perdão ao Senhor pelas vezes em que os seus membros lhe faltaram com amor, discrição ou fidelidade durante o serviço eclesiástico”. É isto que se lê nos “decretos” conclusivos da Congregação Geral dos Jesuítas, que decorreu no início deste ano, em Roma, e que foram agora publicados. Os decretos são vistos como uma resposta directa a uma carta escrita pelo Papa antes desta Congregação Geral, na qual pedia que os Jesuítas “reafirmem, no espírito de Santo Inácio [o fundador da Companhia de Jesus], a sua própria adesão total à doutrina católica, em particular sobre pontos nevrálgicos hoje fortemente atacados pela cultura secular, como a relação entre Cristo e as religiões, alguns aspectos da Teologia da Libertação e vários pontos da moral sexual, especialmente os que concernem a indissolubilidade do casamento e a situação dos homossexuais”. Nos documentos finais aprovados em Março e publicados agora em francês, inglês e espanhol, a Congregação Geral dos Jesuítas fez uma autocrítica em relação à desobediência. “Um desejo excessivo de autonomia conduziu alguns a demonstrar diversas formas de auto-suficiência e de falta de empenho”, lê-se. “Falta disponibilidade diante dos nossos superiores, falta de prudência na expressão das nossas opiniões, ausência de cooperação nas nossas relações com as Igrejas locais, ou falta de afecto perante a Igreja e a Companhia”, refere o documento. Os “decretos” ratificam ainda a opção preferencial pelos pobres e o compromisso da Companhia em permanecer “nas fronteiras” geográficas e intelectuais do mundo contemporâneo. Redacção/ANSA