Padre Arturo Sosa, venezuelano, fala do seu percurso de vida e das prioridades para a Companhia de Jesus
Roma, 04 nov 2016 (Ecclesia) – O padre Arturo Sosa, novo superior geral da Companhia de Jesus (Jesuítas), aponta a “colaboração” e a “interculturalidade” como prioridades da missão para a qual foi eleito a 14 de outubro.
“O enfâse na colaboração não é uma consequência de que sozinhos não podemos, é que não queremos. A Companhia de Jesus não tem sentido sem a colaboração com outros”, declara o religioso venezuelano, em entrevista divulgada pelo site da 36ª Congregação Geral dos Jesuítas.
Para o 30.º sucessor de Santo Inácio de Loiola, fundador da Companhia de Jesus, a mensagem do Evangelho é “um apelo à conversão de todas as culturas”.
“O verdadeiro rosto de Deus é multicolor, multicultural e multivariado. Deus não é um Deus homogéneo. Pelo contrário”, sublinhou o padre Arturo Sosa.
O novo prepósito-geral realça a importância da “variedade cultural” para a vida da Companhia de Jesus.
“Conseguimos ganhar raízes em todas as partes do mundo e de todas surgem vocações autênticas. Podes encontrar jesuítas, verdadeiros jesuítas, em qualquer lado, de qualquer cor, em qualquer atividade”, exemplifica.
O sacerdote de 67 anos foi eleito como responsável mundial dos jesuítas pelos participantes na 36ª Congregação Geral, a reunião magna que se iniciou a 3 de outubro; o religioso trabalhava em Roma, como membro do conselho do anterior superior geral, e é doutorado em Ciências Políticas; nasceu a 12 de novembro de 1948, em Caracas.
O padre Arturo Sosa falou do seu percurso de vida na Venezuela, das lições que recebeu do pai – economista e advogado que esteve duas vezes no governo – ao colégio dos jesuítas, onde descobriu a sua vocação.
O tempo como responsável provincial da Venezuela (eleito em 1996) foi “um momento para entrar em contacto com a Companhia de Jesus e a Igreja latino-americana”.
Nestas fundações conheceu o padre Adolfo Nicolás, o anterior superior geral dos Jesuítas, tendo começado a ligação do padre Sosa ao governo central da Companhia de Jesus, que nos últimos anos o levou até Roma.
A presença na capital italiana permitiu-lhe encontros com o Papa Francisco, “sempre por questões relacionadas com as casas internacionais da Companhia em Roma”.
“A relação tem sido sempre muito gentil e de grande empatia”, refere o novo geral dos Jesuítas.
Para o padre Arturo Sosa,
“A minha impressão é que a Companhia está bem viva e que há muitos processos em andamento. Há que centrar-nos naquilo que fazemos, temos de confiar, sabendo que podemos plantar, mas não sabemos como crescerão as sementes”, observa.
A 36.ª Congregação Geral está reunida desde o dia 3 de outubro 215 jesuítas de 62 países, incluindo Portugal – representado pelo atual superior provincial, o padre José Frazão Correia, e o padre Miguel Almeida, que acompanha os jesuítas mais novos na segunda etapa da sua formação.
Esta é a ordem religiosa mais numerosa de sacerdotes e irmãos da Igreja Católica.
OC