Companhia de Jesus disponibiliza relatório «Escutar para Acompanhar», com olhar centrado nas pessoas entre os 25 e 25 anos de idade

Lisboa, 24 nov 2025 (Ecclesia) – A Pastoral Juvenil dos Jesuítas identifica a urgência de formatos flexíveis e de uma escuta “autêntica” para acompanhar a geração dos 25 aos 35 anos, segundo um estudo divulgado hoje.
“Há nesta geração uma vontade inequívoca de viver uma fé adulta, encarnada e comprometida. A Igreja é chamada a acompanhá-la com escuta, liberdade e criatividade”, lê-se nas conclusões do relatório.
O documento, intitulado ‘Escutar para Acompanhar: um olhar pastoral sobre a Geração jovem adulta’, resulta de um inquérito interno que procurou compreender os anseios e dificuldades de quem se encontra na transição para o mercado de trabalho ou constituição de família.
A investigação conclui que existe “um desejo de integrar a fé na vida quotidiana”, mas que a “falta de tempo, a sobrecarga de responsabilidades e a desadequação de algumas das propostas pastorais” funcionam como entraves à participação ativa na Igreja.
Os dados recolhidos pela Pastoral Juvenil e Vocacional (PAJUV) mostram que estes jovens “valorizam profundamente as relações interpessoais e a comunidade”, embora sintam dificuldades em encontrar “espaços de pertença ajustados à sua realidade atual”.
O relatório aponta para a necessidade de uma renovação das propostas, sugerindo “formatos mais flexíveis, acessíveis e que ofereçam respostas às necessidades específicas dos jovens adultos”.
A iniciativa nasceu da constatação de um “sentimento de desencontro” entre as propostas eclesiais existentes e a realidade vivida por antigos alunos e estudantes universitários ligados aos Jesuítas, no momento em que iniciam a vida profissional.
| A equipa da PAJUV espera que” o estudo sirva de base para novas experiências pastorais no universo inaciano – centros universitários, colégios, paróquias e projetos como a Brotéria – e inspire outros agentes pastorais a renovar as suas formas de presença junto dos jovens adultos”. |
O estudo revela que 83% dos inquiridos se sentem “felizes ou muito felizes”, contando com redes de suporte, mas identifica o futuro e a estabilidade financeira e profissional como as grandes fontes de preocupação.
Entre as conclusões, destaca-se a importância de criar espaços onde a fé possa ser “tema de conversa, partilha e missão”, especialmente para jovens casais e pais que referem a “falta de propostas adequadas à sua realidade”.
Os participantes no processo de escuta sugeriram a implementação de “diálogos sobre fé e sociedade”, apoio na vocação profissional e uma aposta no digital, através de podcasts e formações online, para combater as dificuldades logísticas.
O documento sublinha que é necessário promover uma pastoral que “escute e acompanhe de forma autêntica”, adaptando-se aos sinais dos tempos sem obrigar os jovens a “regressar a um passado que já não corresponde à sua vida presente”.
A amostra do estudo, lançado em 2024, incidiu sobre 95 participantes, maioritariamente residentes em grandes centros urbanos e com percurso no ensino superior, abrangendo diferentes perfis de ligação à Igreja e à Companhia de Jesus.
OC
