A recepção de estrangeiros deve ser a base da identidade europeia, afirmou em editorial a Popoli, a revista internacional dos jesuítas italianos. A publicação denuncia que, diante das medidas da União Europeia e do governo italiano em relação à imigração, “muitos defensores das raízes cristãs da Europa calam-se”. “A Igreja, em contrapartida, faz-se presente enfatizando como o acolhimento do estrangeiro está na base na identidade europeia”, diz o texto. Os jesuítas questionam “o quê aconteceu aos defensores das raízes cristãs da Europa no momento em que os temas da segurança e da imigração para a União Europeia e o governo italiano escolheram a chamada tolerância zero”, que às vezes parece simplesmente “intolerância”. Essas medidas, segundo os jesuítas, “revelam uma miopia ao enfrentar o fenómeno da imigração, entendido de forma reducionista como um problema de ordem pública”. “Não parecem suscitar dúvidas ou protestos entre muitos que estiveram junto a João Paulo II quando este discutia o tema da inclusão dos valores cristãos nas normas da constituição europeia”, lamenta o editorial. A lei que cria novas regras para o regresso de imigrantes ilegais aos seus países será votada, a 24 e 25 de Julho, pelo Conselho da Europa depois de ter sido aprovada pelo Parlamento Europeu a 18 de Junho. Redacção/Ansa