“Quando uma pessoa se imagina a viver com padres, imagina assim uma coisa muito solene, mas somos todos amigos”, afirma Isabel que, com o João, começam o casamento com uma «experiência de serviço»
Coimbra, 11 nov 2023 (Ecclesia) – Isabel e João Sousa Guedes casaram há pouco mais de um ano e, em outubro, iniciaram uma comunidade jesuíta em Cernache, perto de Coimbra, com três padres, para planificar a Pastoral Juvenil e Vocacional da Companhia de Jesus.
Com 23 e 28 anos, a Isabel e o João, ligados aos Jesuítas desde a participação em campos de férias, queriam realizar “um ano de serviço” após o casamento e manifestaram essa disponibilidade ao padre provincial da Companhia de Jesus, em Portugal.
“Queríamos ter pelo menos alguma experiência de serviço, de um projeto a dois”, começa por revelar Isabel, em entrevista à Agência ECCLESIA.
“O passo a seguir era apresentar esta disponibilidade.. Acabamos por falar com o provincial dos Jesuítas e, uns meses mais tarde, ele apresentou-nos esta proposta que nos entusiasmou bastante”, acrescenta o João.
Depois de estudar Engenharia e Gestão Industrial, João trabalhou durante quatro anos numa consultora japonesa; Isabel, após concluir a licenciatura e mestrado em Economia, trabalhou como professora assistente de uma unidade curricular na Universidade Católica Portuguesa, no Porto.
No início de outubro, os dois leigos e os padres jesuítas Duarte Rosado, Miguel Pedro Melo e Samuel Beirão iniciaram as atividades PAJUV/PROVOCA, da Pastoral Juvenil e Vocacional, que tem por objetivo elaborar um plano para a Companhia de Jesus para estas áreas.
“Poder trabalhar nesta equipa da Pastoral da Juventude para ajudar mais pessoas a encontrarem-se com a Igreja, com Jesus e com o seu caminho para a sua vida, foi para nós uma oportunidade muito boa”, destaca Isabel.
“Eu diria que se não tivéssemos cá, eles iriam fazer um bom plano na mesma”, frisa João, que acrescenta que o importante é os Jesuítas terem a vontade de quererem construir algo com a juventude.
O casal considera que o facto de estarem na faixa etária que se pretende na Pastoral da Juventude, dos 18 aos 35 anos, pode ajudar no objetivo, aliando a isso as experiências que cada um já viveu.
“Agora estamos mesmo numa fase inicial de beber destas nossas experiências diferentes, conhecimentos diferentes e ainda estamos muito no diagnóstico inicial e no perceber para onde é que queremos apontar e o que é que já existe. E depois, mais tarde, seja daqui a um mês, seja quando for, vamos começar a criar propostas de soluções”, indica Isabel.
Para o casal, a sua participação na elaboração de um Plano para a Pastoral Juvenil e Vocacional é uma oportunidade de “acrescentar olhares diferentes, maneiras de pensar diferentes”, podendo chegar também a “pessoas diferentes”, a partir da experiência de uma vida em comunidade, entre padres e leigos, marcada pela “normalidade”.
“Quando uma pessoa se imagina a viver com padres, imagina assim uma coisa muito solene, mas aqui eles são padres e nós somos leigos, mas somos todos amigos”, refere Isabel.
Para João, esta é uma experiência “naturalmente diferente”, referindo a “normalidade grande” na vida dos sacerdotes jesuítas.
“Acho que há uma normalidade grande na vida deles. São pessoas como as outras todas. Não há grande diferença”, apontou.
Relativamente ao futuro, o casal quer “manter a liberdade de poder ir avaliando” e o plano é “tentar perceber” onde podem servir.
A experiência de vida em comunidade com padres jesuítas e a elaboração de um Plano para a Pastoral Juvenil e Vocacional da Companhia de Jesus em Portugal está em destaque no programa 70×7 deste domingo, emitido pelas 17h40, na RTP2.
PR/LJ