Religioso foi evocado como «pedagogo da democracia» no século XX
Lisboa, 10 abr 2018 (Ecclesia) – O presidente do comissariado das celebrações do centenário Antunesiano considera que a obra do padre Manuel Antunes (1918-1985) “marcou o pensamento do século XX” e fez dele um “pedagogo da democracia”.
O padre jesuíta, nascido na Sertã, deixou “um legado absolutamente inestimável, discreto numa obra imensa e dispersa, assinada por mais de 126 pseudónimos”, realçou hoje José Eduardo Franco, falando à Agência ECCLESIA e à Rádio Renascença.
Ao longo das celebrações desta efeméride vão realizar-se várias iniciativas: um congresso internacional ‘100 anos padre Manuel Antunes SJ: Repensar Portugal, a Europa e a Globalização’, uma maratona de leitura; um documentário sobre o padre Manuel Antunes, uma biografia ilustrada; uma história infanto-juvenil; e um busto comemorativo.
“Depois de sistematizada a obra do padre Manuel Antunes, nascido a 3 de novembro de 1918, agora chegou o momento de internacionalizar e dar a conhecer às novas gerações o seu pensamento”, frisou o presidente do comissariado das celebrações do centenário Antunesiano.
Na inauguração da exposição itinerante ‘Padre Manuel Antunes SJ – Pedagogo da Democracia (1918-1985’, patente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o provincial da Companhia de Jesus (Jesuítas), padre José Frazão Correia, salienta que o homenageado “continua a ser uma figura de referência”.
“Era um homem capaz de dialogar com a realidade”, apesar da sua formação clássica, o padre Manuel Antunes entrava em “diálogo crítico e generoso” com tempo, referiu o responsável.
“É um jesuíta que recordamos, mas com o qual temos muito que aprender ainda hoje””, disse o padre José Frazão Correia.
O provincial português evoca uma personalidade com “grande capacidade de estabelecer pontes”, que ainda hoje é recordada “com grande simpatia e afeto”.
O homenageado foi professor na Faculdade de Letras em Lisboa, desde 1957, e “é um dos grandes professores” que aquela instituição teve e “se orgulha”, sublinhou, por sua vez, Miguel Tamen.
A presença do padre Manuel Antunes continua “a irradiar” na Faculdade de Letras, e ao contrário dos professores altos e que tinham voz grossa, este sacerdote jesuíta “era muito pequeno e falava muito baixo”, mas cativava “auditórios gigantes e as pessoas em silêncio”, disse o atual diretor da Faculdade de Letras.
Para Guilherme d´Oliveira Martins, presidente da Comissão Científica do congresso internacional sobre este padre jesuíta, comemorar os 100 anos de nascimento do Padre Manuel Antunes é assinalar “a importância de uma personalidade única” da cultura portuguesa.
Para este responsável, o homenageado teve “um papel insubstituível” e acompanhou “os grupos intelectuais próximos da renovação” promovida pelo Concílio Vaticano II.
LFS/OC