Sacerdote da Diocese do Porto recordou uma experiência missionária, na véspera dos Jogos Paralímpicos Tóquio 2020
Lisboa, 23 ago 2021 (Ecclesia) – O padre Domingos Areais, da Diocese do Porto, teve uma experiência “fantástica” de missão no Japão que realizou atraído pela “cultura” e pela “intuição de ouvir Deus falar de outra forma”, que recorda na véspera dos Jogos Paralímpicos Tóquio 2020.
“É curioso que a cultura japonesa está muito permeável ao Evangelho e temos um bom terreno preparado pelo grande missionário do Japão, São Francisco Xavier. Hoje faz parte da história japonesa, também abriu o Japão aos valores ocidentais”, disse o sacerdote no Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP 2.
O padre Domingos Areais recordou um padrão cultural “radicalmente” diferente “a todos os níveis”, com valores muito interessantes, “um grande respeito pela natureza, a ideia de respeito para com os superiores”, uma certa coesão e até um certo nacionalismo, bem como “um espírito muito grande de trabalho e uma cultura milenar fascinante”.
O sacerdote da Diocese do Porto fez uma experiência missionária «fidei donum» (Dom da fé), isto é, foi enviado pela sua Igreja diocesana depois de ter sido prefeito no seminário menor e pároco durante 12 anos, com os Missionários da Boa Nova, na cidade de Osaka e foi pároco em duas cidades “muito próximas de Quioto, uma zona montanhosa muito bonita”.
“Foi uma experiência fantástica e nasceu desse desejo de conhecer essa experiência que os missionários da Boa Nova estavam a ter no Japão e também me atraiu a cultura japonesa e esta intuição de ouvir Deus falar de outra forma, outra cultura”, desenvolveu.
O padre Domingos Areais contextualiza que em Portugal “80% ou mais são batizados” e no Japão essa percentagem é “0,33%, 450 mil católicos japoneses no meio de um universo de mais de 120 milhões”.
O entrevistado explica que a perspetiva missionária hoje “é muito mais o partilhar, é o dar e o receber”, “partilhar os valores do Evangelho”, e recorda, com curiosidade, que tinham um infantário onde, provavelmente, só três ou quatro crianças eram batizadas de famílias católicas mas uma boa parte das mães “todos os dias entrava na igreja para rezar e rezar a Nossa Senhora”.
“O modo do japonês de entender a religião é muito diferente do Ocidental, e leem muito os Evangelhos, se calhar, conhecem os Evangelhos e as Escrituras muito mais do que nós que somos cristãos”, realçou o investigador em Ciência Bíblicas.
Segundo o sacerdote, que é pároco de Folgosa e São Pedro Fins, no concelho da Maia, esta experiência missionária no Japão, que vai receber os Jogos Paralímpicos Tóquio2020, a partir desta terça-feira, abriu “bastantes os horizontes”.
“Quando a gente cria uma certa amizade é mais fácil o anúncio do Evangelho, as pessoas vêm fazer perguntas”, acrescentou o padre Domingos Areais.
Portugal vai participar nos Jogos Paralímpicos Tóquio 2020 com uma comitiva de 33 atletas, que vão competir em oito modalidades, de 24 de agosto a 5 de setembro; 17 são estreantes, assim como a estreia em badminton e canoagem.
Os primeiros atletas portugueses a competir são de natação, já esta terça-feira; Em 10 participações em Jogos Paralímpicos, nove consecutivas, Portugal conquistou 92 medalhas: Atletismo com 53, o boccia, com 26, e a natação com nove medalhas, são as modalidades com mais pódios.
Depois de terem sido adiados por um ano por causa da pandemia Covid-19, os Jogos Paralímpicos Tóquio 2020 contam com a participação de 4400 atletas de 160 países.
HM/CB