Japão: Papa destaca lições da Ásia para o Ocidente

Francisco respondeu a perguntas de bispos nipónicos

Tóquio, 23 nov 2019 (Ecclesia) – O Papa Francisco defendeu hoje no Japão que o Ocidente tem lições a aprender com a Ásia, num diálogo improvisado com os bispos nipónicos, pouco depois da sua chegada a Tóquio.

“A Igreja asiática é uma Igreja com uma dimensão de transcendência, porque na cultura destes países há uma indicação de que nem tudo acaba aqui na terra. Essa dimensão da transcendência faz bem aos países ocidentais. Precisamos dela”, referiu, em resposta a perguntas colocadas pelos prelados, após o discurso pronunciado pelo Papa.

Um dos participantes no encontro, que decorreu na Nunciatura Apostólica, questionou Francisco sobre o seu sonho de ser missionário no Japão, como jovem padre.

“Eu desejava vir como missionário quando estudava filosofia. Atraia-me muito… não sei a razão pela qual o Japão me atraía. Era um lugar de missão, que talvez pela beleza, eu desejava”, indicou.

Os problemas de saúde impediram Jorge Mario Bergoglio de cumprir este sonho, mas quando foi responsável pela Província argentina da Companhia de Jesus teve a sua “vingança”: “Envie cinco jovens para o Japão”.

Outro bispo perguntou ao Papa onde encontrou a fotografia do menino de Nagasaki que aguarda para colocar no forno crematório o pequeno irmão morto pelas  radiações da bomba atómico.

A imagem foi tirada pelo fotógrafo norte-americano Joseph Roger O’Donnell; o Papa usou a foto, em preto e branco, e mandou imprimir milhares de cópias para denunciar as consequências da guerra.

“Não me recordo bem. Mas já era Papa. Alguém me enviou a foto, creio que foi um jornalista e quando a vi, tocou-me o coração. Rezei muito olhando para aquela foto e tive a ideia de publicá-la e usá-la como um cartãozinho a ser distribuído… Acrescentei apenas um título: ‘O fruto da guerra’. E distribui-a em todos os lugares”, relatou Francisco.

O Papa adiantou que quer deixar uma mensagem contra “o perfeccionismo e o desencorajamento dos jovens quando não conseguem aquilo que querem”, levando a “muitas depressões, suicídios”.

OC

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Agência ECCLESIA

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