D. Gianfranco Ravasi apresentou reflexão sobre o diálogo entre Igreja e mundo contemporâneo, a respeito do Concílio Vaticano II
Roma, 14 mar 2012 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício da Cultura foi o segundo conferencista do ciclo sobre o Concílio Vaticano II (1962-1965) promovido até maio pelo Colégio Pontifício Português de Roma, sublinhando a importância do diálogo com o mundo contemporâneo.
D. Gianfranco Ravasi apresentou a sua reflexão a partir da Constituição Pastoral ‘Gaudium et Spes’ (alegria e esperança, em latim), documento do Vaticano II centrado na relação da Igreja com o mundo, defendendo que este mostra que os católicos estavam atentos às dificuldades, alegrias e esperanças de cada tempo, segundo uma nota enviada hoje à Agência ECCLESIA.
“O cardeal considerou que a ‘Gaudium et Spes’, em virtude de ser situada num tempo e num contexto mundial concreto, pode para algumas pessoas parecer desatualizada nalguns pontos; todavia, a Constituição revela uma grandeza porque mostra uma Igreja atenta às dificuldades, alegrias e esperanças de cada tempo, que nos anos do Concílio não eram exatamente as mesmas deste início de século e milénio”, indicam os responsáveis pelo Colégio.
O membro da Cúria Romana falou também do projeto ‘Pátio dos Gentios’, desenvolvido pelo Conselho Pontifício da Cultura, com o objetivo de abordar “aqueles que não partilham a fé e os valores” cristãos, com uma “uma genuína vontade de diálogo com os não crentes, sem temer o confronto com outras ideias”.
O ‘Pátio dos Gentios’ vai chegar em novembro a Guimarães, Capital Europeia da Cultura.
Segundo o cardeal Ravasi, é preciso passar duma atitude de “duelo” para uma de “dueto”, revelando que fé e cultura, ainda que falando em tons diferentes, podem construir uma sinfonia, onde a beleza está exatamente na capacidade de harmonizar “baixos e sopranos”.
O encontro de quinta-feira foi o segundo de uma iniciativa que termina a 3 de maio, com uma sessão onde monsenhor Crispino Valenziano vai refletir sobre a reforma litúrgica conciliar.
O Colégio, com um total de 36 alunos, 13 dos quais portugueses, é uma comunidade de padres estudantes, enviados pelos seus bispos ou superiores para que complementem a sua formação académica de base com um ciclo de especialização numa das universidades pontifícias da capital italiana.
OC