Itália: Papa presta homenagem a «bispo dos pobres» e pede Igreja independente dos «poderosos» (c/vídeo)

Francisco deslocou-se à terra natal de D. Tonino Bello e deixou apelo a um regresso ao «essencial» nas comunidades católicas


Alessano, Itália, 20 abr 2018 (Ecclesia) – O Papa iniciou hoje uma visita ao extremo sudeste da Itália, para prestar homenagem a D. Tonino Bello, conhecido como “bispo dos pobres”, falecido há 25 anos, pedindo que a Igreja siga este exemplo de dedicação a quem sofre.

“Os pobres são realmente riqueza da Igreja. Recorda-o ainda ‘don Tonino’, perante a tentação recorrente de nos reunirmos atrás dos poderosos do momento, de procurar privilégios, de nos estabelecermos numa vida cómoda”, declarou, perante milhares de pessoas reunidas em Alessano (Lecce), terra natal do bispo italiano, que ficou sempre conhecido, carinhosamente, como “padre” (don) e pelo diminutivo do seu nome de nascimento (António).

Francisco defendeu, após ter rezado e levado flores ao túmulo de ‘don Tonino’, uma Igreja “não mundana, mas ao serviço do mundo”.

“Perceber os pobres era, para ele, a verdadeira riqueza”, recordou.

O Papa declarou que o Evangelho chama todos os católicos a uma vida “muitas vezes incómoda, porque quem segue Jesus ama os pobres e os humildes”.

“Uma Igreja que tem no coração os pobres está sempre sintonizada no canal de Deus, não perde nunca a frequência do Evangelho e sente a necessidade de regressar ao essencial para professar com coerência que o Senhor é o único bem”.

Francisco defendeu a necessidade de não “teorizar” a vizinhança aos pobres, mas a estar junto deles, de quem vive a “incerteza” em relação ao trabalho, com mensagens de paz e em defesa da sua dignidade.

A intervenção sublinhou a vocação de “terra de fronteira” desta localidade, junto ao Mediterrâneo, no sul da Itália, que se “se abre para os muitos ‘sul’ do mundo”, onde “os mais pobres são cada vez mais numerosos” enquanto os ricos ficam “cada vez mais ricos”.

O Papa fez votos de que o Mediterrâneo, “bacia histórica da civilização”, não seja um “arco de guerra”, mas uma “arca de paz, acolhedora” .

Este primeiro encontro com a população decorreu na praça diante do Cemitério de Alessano, antes da partida para a área portuária adjacente à Catedral de Molfetta, diocese de que D. Tonino Bello foi bispo.

A Missa presidida pelo Papa Francisco vai ser celebrada no Porto de Molfetta, sendo o último momento desta viagem.

OC

 

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Agência ECCLESIA

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