Francisco afirma que tema do Encontro pela Amizade entre os Povo tem «um desafio decisivo aos cristãos»
Cidade do Vaticano, 17 ago 2020 (Ecclesia) – O Papa Francisco convidou hoje os participantes do ‘Meeting de Rimini’ (Itália) a “colaborar” no “testemunho da experiência da beleza de Deus”, numa mensagem ao encontro que começa esta terça-feira, dia 18, e termina a 23 de agosto.
“O Papa convida-vos a continuar a colaborar com ele no testemunho da experiência da beleza de Deus, que se fez carne, de maneira que os nossos olhos se maravilham ao ver o seu rosto e os nossos olhares encontram nele a maravilha de viver”, lê-se na mensagem enviada ao bispo de Rimini, D. Francesco Lambiasi, através do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.
No documento divulgado hoje pela sala de imprensa da Santa Sé, o Papa Francisco afirma que o tema do ‘Meeting de Rimini’ 2020 – ‘Privados de maravilha, permanecemos surdos ao sublime’ – lança “um desafio decisivo aos cristãos” que são “chamados a testemunhar a atração profunda que a fé exerce em virtude da sua beleza”: “A atração de Jesus”.
“O título oferece uma contribuição preciosa e original num momento vertiginoso da história. Na procura dos bens mais que do bem, muitos apostaram exclusivamente na própria força, na capacidade de produzir e ganhar, renunciando àquela atitude que na criança constitui o tecido do olhar sobre a realidade: o espanto”, desenvolve.
A mensagem ao ‘Meeting de Rimini’ começa com a perguntar quem é que “não se encontrou unido a outros pela dramática experiência da pandemia” e cita o Papa no momento extraordinário de oração, a 27 de março, na Praça de São Pedro: “Percebemos que estávamos no mesmo barco, todos frágeis e desorientados.” A tempestade desmascara nossa vulnerabilidade e deixa descobertas aquelas certezas falsas e supérfluas com as quais construímos nossas agendas, nossos projetos, nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecidos e abandonados aquilo que alimenta, sustenta e fortalece a nossa vida.”
O documento, assinado pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, refere que nos últimos meses viveu-se a “dimensão do espanto que se concretiza na compaixão diante do sofrimento, da fragilidade, da precariedade da existência”.
“O tema do próximo encontro constitui um poderoso apelo a descer às profundezas do coração humano através da corda do espanto. Como não experimentar uma original sensação de deslumbramento diante do espetáculo de uma paisagem de montanha, ou de ouvir uma música que faz vibrar a alma, ou simplesmente diante da existência de quem nos ama e do dom da criação? O espanto é verdadeiramente a forma de apreender os sinais do sublime, isto é, daquele Mistério que constitui a raiz e o fundamento de todas as coisas”, desenvolveu, alertando que se este “olhar não for cultivado” as pessoas ficam cegas “para a existência”, fechadas em si, “atraídos pelo efémero” e deixam de “questionar a realidade”.
Na mensagem enviada ao bispo de Rimini, divulgada pela sala de imprensa a Santa Sé, o Papa Francisco manifesta “proximidade”, e as suas “orações”, aos organizadores e aos participantes do ‘meeting‘ 2020 – 41.ª edição do Encontro pela Amizade entre os Povos -, organizado pelo movimento ‘Comunhão e Libertação’, de 18 a 23 de agosto, a quem enviou a “Bênção Apostólica”.
CB