Francisco fez visita oficial ao chefe de Estado transalpino, Sergio Matarella
Roma, 10 jun 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco alertou hoje para as ameaças do terrorismo internacional e das crises económicas, no decorrer da sua primeira visita oficial ao presidente da Itália, Sergio Matarella.
“Vivemos um tempo em que a Itália e toda a Europa são chamadas a confrontar-se com problemas e riscos de várias naturezas, como o terrorismo internacional que se alimenta do fundamentalismo e o fenómeno migratório, agravado pelas guerras e os sérios e persistentes desequilíbrios sociais e económicos”, disse, no seu discurso.
Francisco foi acolhido pelo presidente Mattarella com honras militares, antes de uma audiência privada, com a tradicional troca de presentes.
O Papa quis reforçar a sua admiração pelo esforço das autoridades italianas “no acolhimento aos numerosos refugiados que desembarcam nas suas costas” e na ajuda aos que tentam atravessar o Mediterrâneo.
“É indispensável e urgente que se desenvolva uma ampla e incisiva cooperação internacional”, disse a Matarella.
O chefe de Estado da Itália visitou o Papa em abril de 2015, dois meses após o início do seu mandato presidencial.
O encontro desta manhã ficou marcado pelos cumprimentos a um grupo de 200 crianças, vindas das zonas atingidas pelos sismos no centro da Itália.
Francisco sublinhou a resposta dada pelas autoridades a estas tragédias naturais e disse olhar para a Itália “com esperança”, evocando a sua condição de filho e neto de italianos.
O Papa recordou depois a sua recente visita à cidade de Génova para repetir os apelos à criação de “oportunidades de trabalho digno”, em particular para os jovens.
“As dificuldades das jovens gerações em aceder a um trabalho estável e digno, o que contribui para aumentar a confiança no futuro e não favorece o nascimento de novas famílias e dos filhos”, advertiu.
Francisco manifestou a sua preocupação com o desemprego juvenil, as “bolsas de pobreza” e os problemas que têm como “denominador comum” a falta de ofertas de trabalho, “por vezes totalmente precário ou mal remunerado”.
O discurso saudou a colaboração Igreja-Estado na Itália, com elogios ao trabalho feito pelas autoridades transalpinas durante as peregrinações e celebrações do Jubileu da Misericórdia, que levaram milhões de pessoas ao Vaticano entre dezembro de 2015 e novembro de 2016.
“Na Igreja Católica e nos princípios do Cristianismo, do qual se plasmou a sua rica e milenar história, a Itália encontrará sempre o melhor aliado para o crescimento da sociedade, para a sua concórdia e para o seu verdadeiro progresso. Que Deus abençoe e proteja a Itália”, concluiu o Papa Francisco.
No final do encontro o Papa foi saudado pelas crianças, a que já se tinha referido no discurso, e dirigiu-lhes palavras de "coragem" e alento para enfrentarem as "dificuldades".
"Obrigada por aqui estarem, pelo vosso canto e coragem. Obrigada por andaram para a frente com coragem", começou por dizer Francisco.
"É uma arte o sair sempre. É verdade que na vida há dificuldades, vocês sofreram tanto com este terramoto, mas estão juntos no canto desta bela cação e na arte de sair".
A visita ao Palácio do Quirinal incluiu uma delegação da Santa Sé, com a presença do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e outros oito responsáveis da diplomacia do Papa e da Diocese de Roma.
OC/LS
atualizado às 11h28m