A ministra italiana da saúde, Livia Turco, manifestou-se contra a possibilidade de os farmacêuticos se oporem à venda da pílula do dia seguinte, alegando que os fármacos “são seleccionados com base em critérios científicos. Turco falava à Repubblica tv sobre a eventual objecção de consciência dos farmacêuticos nestes casos. A questão fora levantada pelo Papa, em finais de Outubro, quando defendeu que a objecção de consciência “é um direito que deve ser reconhecido” também aos farmacêuticos nos casos do aborto e da eutanásia. Recebendo no Vaticano os participantes do Congresso Mundial “As novas fronteiras do acto farmacêutico”, o Papa pediu que estes profissionais possam ter a opção de “não colaborar directa ou indirectamente no fornecimento de produtos que têm como objectivo escolhas claramente imorais”. Entre as preocupações apontadas estão as substâncias que impedem “a nidificação de um embrião” (a chamada pílula abortiva) e as que procuram “abreviar a vida de uma pessoa”. “A vida deve ser protegida desde a sua concepção até à sua morte natural”, indicou Bento XVI, pedindo aos farmacêuticos que desempenhem “um papel educativo com o paciente, para um justo uso dos cuidados médicos e, sobretudo, para dar a conhecer as implicações éticas da utilização de determinado fármaco”.