Investigação mostra sinais de «morte violenta»
Lisboa, 18 jul 2017 (Ecclesia) – Um estudo publicado por uma equipa liderada por Elvio Carlino, do Instituto de Cristalografia, em Bari, Itália, revelou ter encontrado vestígios de sangue no Santo Sudário venerado em Turim.
Os dados divulgados na revista científica PlosOne sublinham que o sangue presente no tecido comporta indícios de creatinina e ferritina.
"A presença destes dois elementos ocorre em casos de politraumatismo grave", refere o estudo.
A análise aponta para uma “morte violenta”, indo ao encontro de investigações anteriores.
O estudo foi publicado com o nome 'Estudos de resolução atómica deteta novas evidências biológicas no Sudário de Turim'.
“As partículas muito pequenas aderidas às fibras do linho do sudário registaram um cenário de grande sofrimento da vítima que estava envolvida no pano funerário”, observa Elvio Carlino, líder da pesquisa e especialista do Instituto de Cristalografia.
As “nanopartículas” tinham uma “estrutura, tamanho e distribuição peculiares”, segundo Giuliu Fanti, professor da Universidade de Pádua, apontando para “uma morte violenta do homem envolvido no Sudário”.
A agência católica de notícias ACI, que dá conta desta investigação, sublinha que se tratou do primeiro estudo das “propriedades a nanoescala de uma fibra não poluída extraída do Santo Sudário de Turim”.
“Estas descobertas só poderiam ser reveladas pelos métodos recentemente desenvolvidos no campo da microscopia eletrónica”, sustenta Elvio Carlino.
O pano de linho com 4 metros e 36 centímetros de comprimento por 1 metro e 10 centímetros de largura foi submetido, em 1989, ao teste do carbono-14 em três laboratórios da Suíça, Estados Unidos e Reino Unido, cujos resultados datavam o tecido como sendo do período 1260 a 1390.
Em 20011, no entanto, a agência italiana para as novas tecnologias e desenvolvimento sustentável (ENEA) anunciou as conclusões de um trabalho de cinco anos sobre a formação da imagem que se vê no Sudário, tentando a sua reprodução.
“A imagem dupla (frente e verso) de um homem flagelado e crucificado, pouco visível no pano de linho do Sudário de Turim, tem muitas características físicas e químicas (…) é impossível de obter em laboratório “, afirmaram os especialistas da ENEA.
O Centro Português de Sindonologia, associação cultural sem fins lucrativos dedicada ao estudo e divulgação do Santo Sudário de Turim, refere em comunicado enviado à Agência ECCLESIA que “a imagem tem atributos ímpares, tais como comportar-se como um negativo fotográfico e possuir codificação ‘3D’ só extraível por métodos de processamento informático de imagem existentes em finais do século XX”.
São João Paulo II, Bento XVI e Francisco visitaram Turim para rezar diante do Sudário, nas últimas décadas.
O atual Papa disse em 2015, depois de ter rezado em silêncio diante do Sudário e de lhe ter tocado, que este remete para “o rosto e o corpo martirizado de Jesus”.
OC