Papa lamenta «lógica da indiferença» que continua a provocar mortes no Mediterrâneo
Cidade do Vaticano, 06 jul 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco escreveu uma mensagem para assinalar o primeiro aniversário da sua visita à ilha italiana de Lampedusa, lamentando a “lógica da indiferença” perante os naufrágios que continuam a acontecer no Mediterrâneo.
“Um ano depois, o problema da imigração está a agravar-se e outras tragédias seguiram-se, infelizmente, a um ritmo acelerado. O nosso coração tem dificuldades em aceitar a morte destes nossos irmãos e irmãs, que enfrentam viagens extenuantes para fugir dos dramas, pobreza, guerras, conflitos, muitas vezes ligados a políticas internacionais”, refere o texto enviado à Arquidiocese de Agrigento e que foi lido este sábado na Praça Garibaldi, em Lampedusa, durante as cerimónias que evocaram a visita papal.
Francisco diz regressar “espiritualmente” ao Mediterrâneo para “chorar com quantos estão na dor” e para “lançar as flores da oração de sufrágio pelas mulheres, os homens e as crianças que são vítimas de um drama que parece não ter fim”.
“Tudo isto deve ser enfrentado não com a lógica da indiferença, mas com a lógica da hospitalidade e da partilha, a fim de tutelar e promover a dignidade e a centralidade de cada ser humano”, escreve o Papa.
No aniversário da visita, que teve lugar a 8 de julho, de 2013, Francisco agradece a possibilidade de ter visitado Lampedusa para “rezar pelas demasiadas vítimas dos naufrágios”.
O responsável pelo Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, cardeal Antonio Maria Vegliò, vai presidir hoje a uma Missa na ilha italiana, com o objetivo de “sensibilizar a comunidade eclesial e a opinião pública para os problemas dos migrantes e dos refugiados”.
A Eucaristia deste domingo é o “momento culminante” de várias manifestações que pretendem recordar o primeiro aniversário da visita do Papa Francisco, “recordar as milhares de vítimas que perderam a vida no mar diante da ilha e também para refletir sobre o papel de Lampedusa como coração do Mediterrâneo”, desenvolveu o responsável da Santa Sé.
OC/CB