Lisboa, 23 mar 2012 (Ecclesia) – O 32.º aniversário do assassinato do arcebispo de San Salvador, D. Oscar Arnulfo Romero, a 24 de março de 1980, vai ser assinalado em Roma, por um comité que reúne missionários, religiosos e organizações católicas.
O presidente da Conferência Episcopal da Guatemala, D. Rodolfo Valenzuela, vai celebrar este sábado uma missa na paróquia de São José Moscati, situada na periferia da capital italiana, e no domingo tem lugar uma festa das comunidades latino-americanas em Roma, assinala um comunicado da organização enviado à Agência ECCLESIA.
Já hoje, decorre uma celebração ecuménica dedicada ao tema ‘Oscar Romero, ícone e símbolo dos mártires pela justiça e a paz’.
D. Oscar Romero foi morto a tiro enquanto celebrava a missa na capela do hospital Divina Providência, na capital salvadorenha.
A causa de beatificação de Oscar Arnulfo Romero (1917-1980), cujos restos mortais jazem na Catedral da de El Salvador, iniciou a sua fase diocesana em 1994, que foi concluída em 1996.
O processo foi então apresentado ao Vaticano, no mesmo ano, e em 1997 foi recebido por Roma o decreto por meio do qual a causa era oficialmente aceite como válida.
Na sua primeira viagem à América Latina, região que hoje começa a visitar pela segunda vez, Bento XVI disse que o arcebispo Romero foi “certamente uma grandiosa testemunha da fé, um homem de grandes virtudes cristãs, que se comprometeu pela paz e contra a ditadura, e que foi assassinado durante a celebração da missa. Portanto, uma morte verdadeiramente ‘credível’, de testemunho da fé”.
“Havia o problema que uma parte política queria tê-lo para si como bandeira, como figura emblemática, injustamente”, sublinhou o Papa, durante o voo que o levou ao Brasil, em 2007.
D. Oscar Romero foi nomeado arcebispo de El Salvador no dia 3 de fevereiro de 1977.
Perante a violência que varria o seu país, começou a usar as homilias de domingo para denunciar os massacres e defender os agricultores, o que lhe valeu uma nomeação para o prémio Nobel da Paz em 1979.
Um dia antes de ser assassinado, dirigia-se aos soldados na homilia dominical: “Em nome de Deus, em nome do povo sofredor, peço-vos, imploro-vos, ordeno-vos em nome de Deus, parai a repressão”.
O 24 de março é celebrado na Itália como Dia de oração e jejum pelos missionários mártires: bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos que perderam a vida no cumprimento da sua missão de evangelização e promoção humana.
Segundo os dados da Fides, agência do Vaticano para o mundo missionário, entre 1980 e 2011 foram assassinados mil agentes pastorais da Igreja Católica, 281 dos quais na última década.
OC