Francisco defende abertura imediata de vias para o «diálogo e a busca sincera da paz»
Cidade do Vaticano, 29 jan 2023 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje ao fim da “espiral de morte” nos confrontos entre israelitas e palestinos, que se intensificaram nos últimos dias.
“A espiral de morte, que aumenta dia a dia, mais não faz do que fechar os poucos vislumbres de confiança que existem entre os dois povos”, declarou, após a oração do ângelus.
Perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, Francisco dirigiu-se diretamente “aos dois governos e à comunidade internacional para que se encontrem, já e sem demora, outros caminhos que incluam o diálogo e a busca sincera da paz”.
“Recebi, com grande dor, as notícias que chegam da Terra Santa, em particular a morte de dez palestinos, entre eles uma mulher, mortos durante ações militares israelitas antiterroristas, na Palestina”, começou por referir o Papa.
A ação israelita da última quinta-feira foi relatada como um ataque ao campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada.
“Desde o início do ano, dezenas de palestinos foram mortos em confrontos com o exército israelita”, lamentou Francisco.
O Papa condenou, em seguida, “tudo o que aconteceu perto de Jerusalém, na tarde de sexta-feira, quanto sete judeus israelitas foram mortos por um palestino e outros três ficaram feridos, à saída da sinagoga”.
O ataque foi descrito pelo comissário da Polícia de Israel, Yaakov Shabtai, como “um dos piores ataques terroristas dos últimos anos”.
Já este sábado, duas pessoas ficaram feridas num novo ataque a tiro, em Jerusalém.
OC
Francisco quis ainda alertar, este domingo, para a crise humana no Cáucaso meridional, falando numa “grave situação”. “Estou próximo de todos os que, em pleno inverno, são obrigados a enfrentar estas condições desumanas. É necessário levar a cabo todos os esforços, a nível internacional, para encontrar soluções pacíficas, em favor das pessoas”, declarou, desde a janela do apartamento pontifício. A crise é provocada pelo bloqueio do corredor de Lachin, a única estrada que liga este território do Cáucaso do sul à Arménia. A liberdade de trânsito, prevista num acordo de cessar-fogo assinado entre o Azerbaijão e a Arménia, em novembro de 2020 – e formalmente garantida por dois mil soldados russos -, não tem sido respeitada. |