Francisco manifesta «dor e apreensão» perante escalada do conflito na Terra Santa
Cidade do Vaticano, 11 out 2023 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje, no Vaticano, à libertação imediata de reféns israelitas nas mãos do Hamas e ao fim do cerco a Gaza, para que se possa travar a escalada do conflito na região.
“Continuo a acompanhar com dor e apreensão o que está a acontecer em Israel e na Palestina. Tantas pessoas mortas, outras feridas…”, lamentou, no final da audiência pública semanal.
Os confrontos dos últimos dias provocaram cerca de três mil mortos, entre civis, soldados israelitas e combatentes palestinos.
O Hamas lançou um ataque contra Israel no último Shabbat, dia de descanso semanal dos judeus, e no último dia das celebrações do Sukkot.
“Rezo pelas famílias que viram um dia de festa ser transformado num dia de luta e peço que os reféns sejam libertados imediatamente”, disse Francisco.
O Papa mostrou-se ainda apreensivo com a intenção assumida pelo Governo de Israel de promover um “cerco total” à Faixa de Gaza, onde, segundo a ONU, há mais de 120 mil deslocados.
“Quem é atacado tem direito a defender-se, mas estou muito preocupado com o cerco total em que vivem os palestinos, em Gaza, onde também houve muitas vítimas inocentes”, indicou o pontífice.
O terrorismo e o extremismo não ajudam a obter uma solução para o conflito entre israelitas e palestinas, mas alimentam o ódio, a violência, a vingança, e fazem apenas que uns e outros sofram”.
Francisco sublinhou que o Médio Oriente “não precisa de guerra, mas de paz”.
“De uma paz construída sobre a justiça, sobre o diálogo e sobre a coragem da fraternidade”, insistiu.
O número de mortos em ataques em Israel subiu para “mais de 1000”, anunciou o exército israelita; do lado palestiniano, 830 pessoas morreram, de acordo com as autoridades locais.
O pároco de Gaza, padre Gabriel Romanelli, disse ao portal de notícias do Vaticano que já recebeu dois telefonemas do Papa, indicando que não há mortos ou feridos na comunidade cristã, que oferece refúgio a 150 famílias deslocadas.
Já o cardeal Pierbattista Pizzaballa, patriarca latino de Jerusalém, admitiu que esta guerra possa ser “longa”, pedindo que as armas sejam silenciadas para que “outras vozes possam ser ouvidas”.
“Ficou claro que não estamos numa operação militar, mas numa guerra declarada. E temo que seja uma guerra muito longa. Provavelmente, a resposta israelita não se limitará a bombardeamentos, mas haverá uma operação terrestre”, apontou.
OC