Cardeal Pietro Parolin pede atenção às crianças e recorda guerra na Ucrânia
Cidade do Vaticano, 27 out 2023 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano disse hoje que a solução de “dois povos, dois Estados” é a “única solução para um futuro pacífico” entre Israel e Palestina.
“Dois povos, dois Estados: [é a única solução viável que poderia garantir um futuro de paz e serena proximidade, através do diálogo direto entre as duas partes”, explicou o cardeal Pietro Parolin, no contexto do novo conflito armado entre Israel e o movimento palestinio Hamas.
Em declarações a jornalistas, em Roma, o secretário de Estado do Vaticano salientou que esta solução “sempre foi” e continua a ser “a posição” da Santa Sé em relação aos dois povos, informa o portal ‘Vatican News’.
Desde o dia 7 de outubro, quando o movimento islamita Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, lançou um ataque em território israelita, que nesta região vivem novamente em conflito armado diário, em resposta, Israel tem bombardeado várias posições na Palestina.
“Pensamos nas crianças que foram dilaceradas pelo Hamas, mas também nas muitas crianças que estão morrendo sob as bombas em Gaza. O apelo é especialmente por elas, para levar em conta sua inocência, o seu futuro”, acrescentou o cardeal italiano.
O secretário de Estado afirmou que a Santa Sé vai fazer “tudo o que puder ser feito” para contribuir para uma solução de paz no Médio Oriente, destacando que o Papa Francisco “está muito disposto a isso”, para que “as razões da paz prevaleçam sobre a violência e a guerra” e também pela libertação dos reféns e pela grave situação humanitária, em Gaza”.
Segundo D. Pietro Parolin, neste momento não existe “grande espaço” para uma mediação da Santa Sé no conflito entre Israel e a Palestina, mas há a possibilidade de existir no território “alguma interlocução e troca de mensagens”, através do Patriarcado Latino de Jerusalém, e “é mais por esse lado” que estão a tentar fazer alguma coisa.
Sobre uma invasão terrestre da Faixa de Gaza pelas forças militares israelitas, o secretário de Estado do Vaticano manifestou esperança que isso não aconteça porque “piora da situação”.
“Se o problema dos reféns pudesse ser resolvido, provavelmente haveria menos urgência em empreender uma ação terrestre”, comentou, adiantando que ainda que “não foi tomada uma decisão final”, sobre um encontro entre o Papa e familiares de sequestrados, que estão na capital italiana.
Sobre as conversas entre o Papa e chefes de Estado, explicou que não está “ciente do conteúdo” do telefonema com o presidente turco Recep Erdogan, desta quinta-feira, enquanto com presidente norte-americano (EUA), a 22 de outubro, destacou Francisco disse a Joe Biden, qual é a posição da Santa Sé, e vão avaliar “dia a dia, de acordo com a evolução da situação” o contacto com outros líderes internacionais.
A Igreja Católica vive hoje um dia de oração pela paz, convocado pelo Papa após o início do atual conflito entre Israel e o Hamas.
O cardeal Pietro Parolin lembrou ainda a guerra na Ucrânia que “saiu um pouco dos holofotes”, mas continuam a trabalhar “principalmente no aspeto humanitário”, nas declarações aos jornalistas à margem de um evento dedicado ao cardeal Achille Silvestrini, prefeito emérito da Congregação para as Igrejas Orientais (Santa Sé), que faleceu a 29 de agosto de 2019.
CB/OC