Religioso mostrou preocupação sobre evolução do conflito na Terra Santa
Jerusalém, 17 out 2023 (Ecclesia) – O patriarca latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, considerou o dia de oração e jejum pela paz na Terra Santa, que hoje se celebra, como “um sinal muito bonito de unidade de toda a comunidade cristã”.
O religioso sublinhou que é “necessário encontrar uma saída, uma maneira de libertar os reféns”.
“Temos de fazer isso. Caso contrário, será muito difícil interromper estes acontecimentos”, lamentou.
Quanto ao cenário vivido em Gaza, o patriarca latino de Jerusalém revela que a comida está a começar a esgotar-se e que estão a ser realizadas tentativas para que bens como água, alimentação e medicação cheguem à população.
“Estamos a ver com várias associações humanitárias como podemos tentar ajudar, a tentar insistir para que pelo menos um corredor humanitário seja aberto”, adiantou.
O cardeal exprimiu também preocupação com a evolução da guerra.
“O que eu temo é que este conflito se espalhe. É uma situação de grande incerteza. É um grande sofrimento”, declarou.
Para o patriarca latino de Jerusalém “existe o risco” de este conflito se transformar “num conflito de civilizações”.
“Muitos falam sobre isto. Obviamente, é importante evitar esse apelo às armas para um choque de civilizações, porque nada de bom vai resultar disso. A Terra Santa sempre foi um lugar onde o Oriente e o Ocidente se encontram e chocam, um lugar de atrito”, referiu.
Sobre o conflito no Médio Oriente, o cardeal Pizzaballa mostrou “disponibilidade absoluta” em oferecer-se em troca de crianças reféns pelo Hamas, numa entrevista organizada pela associação Iscom, informou esta segunda-feira o sítio online do Vaticano.
“Se isso puder trazer liberdade, trazer aquelas crianças de volta para casa, não há problema”, manifestou.
“Nós colocamo-nos à disposição, pelo menos, para recuperar os reféns, ou parte deles. Uma tentativa está em curso. É muito difícil”, respondeu o cardeal quando questionado sobre o espaço para a mediação da Santa Sé.
O Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, lançou no dia 7 de outubro, um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”; em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas naquele território palestino, numa operação que batizou como “Espadas de Ferro”.
LJ/OC
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