Representante da Santa Sé nas Nações Unidas afirmou que as «consciências estão paralisadas»
Genebra, Suíça, 23 jul 2014 (Ecclesia) – O representante da Santa Sé nas Nações Unidas, D. Silvano Tomasi, afirmou hoje que a comunidade internacional tem de envolver-se “a sério” na resolução do conflito entre Israel e a Palestina e impedir que a solução seja a “aniquilação do outro”.
“As consciências estão paralisadas por um clima de violência prolongada, que procura impor uma solução através da aniquilação do outro”, afirmou o arcebispo Silvano Tomasi na 21 ª Sessão Especial do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
No debate sobre os direitos humanos no Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental, o representante da Santa Sé assinalou que “torna-se uma responsabilidade da comunidade internacional” envolver-se “a sério na busca da paz para ajudar as partes neste conflito horrível chegar a um entendimento”.
“Como o número de pessoas mortas, feridas, arrancados de suas casas, continua a aumentar no conflito entre Israel e alguns grupos palestinos, especialmente na Faixa de Gaza, a voz da razão parece submerso pela explosão de armas”, disse o arcebispo Silvano Tomasi.
O representante permanente da Santa Sé nas Nações Unidas lembrou que “cerca de setenta por cento dos palestinos mortos eram civis inocentes” e que as injustiças e a violação dos direitos humanos, “especialmente o direito à vida e a viver em paz e segurança” renovam o “ódio e o ressentimento”.
“A longo prazo pode não haver vencedores, apenas mais sofrimento”, acrescentou D. Silvano Tomasi que destacou o facto da maioria das vítimas serem civis e perante a lei humanitária internacional, “devem ser protegidas”.
Em Genebra, o representante católico assinalou que o caminho para o futuro deve ser feito pelo “reconhecimento” de uma “humanidade comum” e recordou as palavras do Papa Francisco na sua peregrinação à Terra Santa, em Maio de 2014: “Chegou o momento para que todos possam encontrar a coragem para serem generosos e criativos ao serviço do bem comum, a coragem de forjar uma paz que repousa sobre o reconhecimento ao direito de dois Estados existirem e viverem em paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas”.
“A violência só vai levar a mais sofrimento, devastação e morte, e vai impedir que a paz se torne uma realidade”, alertou D. Silvano Tomasi.
Na sede das Nações Unidas na Europa, o representante da Santa Sé disse que os meios de comunicação social no conflito entre Israel e a Palestina devem “informar de forma justa e imparcial” com o objetivo de “facilitar o desenvolvimento de um diálogo imparcial que reconhece os direitos” e “respeita as preocupações da comunidade internacional”.
CB/PR