Israel/Palestina: Cáritas Internacional lamenta mortes de civis em ataque aéreo a uma igreja em Gaza

Organizações da Cáritas condenaram «veementemente os ataques arbitrários e deliberados contra civis e infraestruturas civis», Patriarcado Ortodoxo de Jerusalém considera «crime de guerra»

Foto Vatican News

Cidade do Vaticano, 20 out 2023 (Ecclesia) – A Cáritas Internacional lamentou hoje a morte de uma funcionária sua, com a família, em Gaza, esta quinta-feira, num ataque aéreo à igreja Ortodoxa de São Porfírio.

“Esta manhã, ficámos arrasados ao saber da morte da nossa colega Viola, de 26 anos, que foi morta juntamente com o seu marido e a sua filha pequena; que eles possam descansar em paz”, lê-se num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

A Cáritas Internacional informa que a igreja Ortodoxa de São Porfírio, em Gaza, cidade palestiniana da Faixa de Gaza, foi refúgio de cerca de 500 pessoas, “incluindo cinco membros dedicados do pessoal da Caritas, juntamente com as suas famílias”, e, pelo menos 17 pessoas morreram e “outras ainda estão sob os escombros”.

A organização da Igreja Católica e a Cáritas MONA (Médio Oriente/Norte da África) “condenam” veementemente “os ataques arbitrários e deliberados contra civis e infraestruturas civis”.

“Insistimos que todas as partes devem cessar o fogo, proteger os civis, conceder acesso humanitário imediato, seguro e desimpedido e respeitar o direito internacional.”

O Patriarcado Ortodoxo de Jerusalém, que também condenou o ataque, informou que “não abandonará o seu dever religioso e humanitário, enraizado nos seus valores cristãos, de fornecer tudo o que for necessário em tempos de guerra, bem como em tempos de paz”.

Segundo a informação publicada pelo Vatican News, através da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o patriarcado afirma que constitui “um crime de guerra” atingir igrejas e suas instituições, bem como os abrigos, usados “para proteger cidadãos inocentes”: “Especialmente crianças e mulheres que perderam as suas casas como resultado dos ataques aéreos israelitas em áreas residenciais nos últimos treze dias”.

O movimento islamita Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, lançou um ataque contra o território israelita, sob o nome de operação ‘Tempestade al-Aqsa’, no dia 7 de outubro; em resposta, Israel bombardeou várias posições naquele território da Palestina, numa operação que batizou como ‘Espadas de Ferro’.

A Cáritas Internacional lembra que desde esse dia 7 de outubro, após o ataque, Israel “impôs um cerco total” aos mais de dois milhões de cidadãos de Gaza, corou a água, a comida e a eletricidade, “os medicamentos escassearam e os bombardeamentos arbitrários foram intensificados”.

“Gaza já está sob bloqueio há 16 anos, metade da sua população é composta por crianças e quase 2/3 são refugiados”, acrescenta a instituição na sua declaração sobre o ataque desta quinta-feira, 19 outubro, a uma igreja Ortodoxa na cidade palestiniana da Faixa de Gaza.

CB

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