Responsáveis concluem visita de cinco dias com apelos ao diálogo pela paz
Lisboa, 12 jan 2012 (Ecclesia) – Uma delegação de bispos católicos da Europa e América do Norte concluiu hoje uma visita de cinco dias à Palestina e Israel, manifestando-se contra a “ocupação e insegurança, o medo e a frustração” que afetam as populações.
A Coordenação da Terra Santa, entidade que visita a região desde 1998, emitiu um comunicado, enviado à Agência ECCLESIA, no qual se manifesta a “solidariedade” dos episcopados ocidentais para com a “comunidade cristã” e se apela ao diálogo.
Os líderes políticos são desafiados a mostrar “coragem, determinação e criatividade” para responder aos “anseios da maioria” da população relativamente a uma “coexistência pacífica”.
“Ouvimos e fizemos nossa esta convicção: ser pró-israelita tem de significar ser pró-palestino. Isto quer dizer ser pró-justiça para todos, cujo fruto certo é uma paz duradoura”, pode ler-se na declaração conclusiva da visita, iniciada no domingo.
Para os nove bispos signatários, o diálogo na região está “ameaçado e minado pelo extremismo e a intolerância”, mas deixam também uma palavra para os “sinais de esperança” que dizem ter “ouvido e visto este ano”.
“Reconhecemos o progresso que tem sido feito nas negociações entre Israel e a Santa Sé, desejando uma rápida resolução”, acrescenta o documento.
A respeito destas negociações, o núncio Antonio Franco (embaixador da Santa Sé) disse à Rádio Vaticano que estão em causa questões fiscais e a utilização do Cenáculo, local onde a tradição católica acredita ter decorrido a última ceia de Jesus com os seus apóstolos.
“Estamos a tentar obter compreensão, porque o Cenáculo e o Santo Sepulcro são os tesouros mais preciosos que temos, como memória da vida de Jesus”, referiu o arcebispo italiano.
O patriarca latino de Jerusalém (Igreja Católica), D. Fouad Twal, deixou, por sua vez, um desafio aos católicos do resto do mundo: “Se cada diocese assumisse o encargo de oferecer um apartamento a uma família cristã [na Terra Santa], teríamos por certo a possibilidade de dar a muitos jovens a possibilidade de permanecer aqui e evitar a tentação de emigrar”.
OC