Israel/Palestina: «As pessoas querem a paz, de ambas as partes», diz responsável franciscano na Terra Santa

Frei Carlos Molina, diretor da Casa Nova Nazaré, apela a «trégua» numa guerra que afeta populações inocentes

Foto: Lusa/EPA

Roma, 27 mai 2024 (Ecclesia) – Frei Carlos Molina, religioso franciscano que vive na cidade israelita de Nazaré, considerou que a guerra na Terra Santa afeta populações inocentes e apelou a uma “trégua” para dar lugar a negociações de paz.

“As pessoas querem a paz, de ambas as partes. Os dois povos querem a paz e é o que estão a reivindicar aos próprios governantes”, disse à Agência ECCLESIA o diretor da Casa Nova Nazaré, falando em Roma à margem de um congresso dos Franciscanos dedicado aos temas da justiça e da paz.

Para o sacerdote, a Terra Santa está a viver “momentos particulares, momentos em que a ideologia, a violência do homem, levou a uma guerra”.

“A falta de paz, a injustiça, a violência e a ideologia fazem com que as pessoas, o povo que não tem absolutamente nenhuma responsabilidade, estejam no meio e sofram com o fogo da guerra”, denuncia.

A guerra na Faixa de Gaza começou a 7 de outubro de 2023, depois de comandos do Hamas infiltrados a partir de Gaza terem atacado o território israelita, matando cerca de 1200 pessoas, na sua maioria civis, além de 252 pessoas terem sido feitas reféns.

As forças militares israelitas desencadearam uma ofensiva na Faixa de Gaza, que causou a morte a mais de 35 mil pessoas, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde do Hamas.

Foto Agência ECCLESIA/PR – Frei Carlos Molina com frei Hermínio Araújo

Frei Carlos Molina manifesta a esperança de que se chegue a “um entendimento entre duas culturas, entre duas mentalidades”.

“Sobretudo, que se chegue a uma trégua de paz, por meio do que for possível assinar, dos acordos, mas que se chegue à paz”, acrescenta.

Sublinhando que os Lugares Santos “não correm perigo, de momento”, o religioso franciscano mostra preocupação com as “pedras vivas da Terra Santa”, os cristãos, que correspondem a 1,5% da população, entre maiorias de muçulmanos e judeus.

“Os cristãos querem a paz, o amor, a solidariedade”, assinala o entrevistado, acrescentando que o trabalho dos Franciscanos é construir a paz e “ir ao encontro dos necessitados”.

Os religiosos estão a ajudar crianças, adolescentes e famílias a sair da Faixa de Gaza, acolhendo ainda, por outro lado, famílias que tiveram de sair das suas casas, na fronteira entre Israel e Líbano.

O padre Carlos Molina alerta que nos territórios palestinos, “não há trabalho, porque não há turismo nem peregrinações”, assumindo que a principal preocupação é que “não falte alimento”.

PR/OC

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Agência ECCLESIA

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