Israel/Hamas: Presidente da CEP saúda «sinais concretos» que podem levar a acordo de paz

D. José Ornelas valoriza esforços para a «cessação de carnificina» na Terra Santa

Fátima, 12 out 2025 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima pronunciou-se hoje, em Fátima, sobre o plano de cessar-fogo entre Israel e Hamas, em vigor desde sexta-feira, valorizando esforços para acabar com a guerra.

“O que se passa em Gaza não pode deixar ninguém indiferente. E as notícias que chegaram de sinais concretos, que podem levar a um acordo de paz e a cessação desta carnificina, sem dúvida que é um motivo de dar graças a Deus e também de apoiar todos os esforços que têm sido feitos nesse sentido”, referiu D. José Ornelas.

Durante a conferência de imprensa de apresentação da peregrinação internacional de outubro ao Santuário de Fátima, o bispo de Leiria-Fátima afirmou que “há muito” que se esperava algo assim, destacando também a importância de chefes de Estado se terem reunido para tratar um “pós-conflito”.

“É muito importante não só para a população de Gaza, é importante para as famílias daqueles que foram raptados”, sublinhou, evocando todos aqueles que morreram durante os últimos dois anos em que a guerra está em curso.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa fala numa situação que já não se pensava que poderia acontecer nos dias de hoje, lamentando que esta não é caso único, mas que preocupa muito, dada a proximidade e aquilo que diz enquanto Igreja.

“O número de muitas dezenas de milhares de vítimas mortais deste conflito, os traumas e feridas que deixaram em um milhão e tal de pessoas, particularmente nas crianças, é qualquer coisa que desafia o bom senso e desafia a humanidade no seu humanismo”, afirmou.

Foto: Agência ECCLESIA/LJ

O conflito na Terra Santa, no Médio Oriente, indica D. José Ornelas, esteve “muito presente” na Assembleia Plenária do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), que terminou na sexta-feira, e que não deixa ninguém indiferente.

“Isto esteve na ordem da dia e sempre nestes dias se confrontou precisamente com a mensagem de Fátima. E a mensagem de Fátima, nascida num tempo da primeira Guerra Mundial e de uma pandemia, configura bem aquilo que têm sido os nossos dias”, salientou.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa considera que “a humanidade tem de trilhar outros caminhos”, evocando “meios de destruição” em pouco terreno que fazem “campo de batalha tremendo”.

D. José Ornelas lembrou mensagens do Papa Leão XIV, que se articulam com as de Francisco, que que remetem para o facto de que não é pelas armas que é possível contruir “um mundo melhor”.

As armas servem para destruir. Não quer dizer que os países não tenham o direito a defender-se e a defender aqueles que são vítimas, inocentes e injustiças. Isso faz-se nos tribunais, isso faz-se com a diplomacia, isso faz-se com tantas outras formas”, enfatizou.

O bispo português reforça que “quando se chega às armas”, “metade do caminho já foi destruído” e que “este não pode ser o caminho”.

LJ/OC

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