Israel e Santa Sé em negociações

Estado de saúde de Ariel Sharon, um dos principais impulsionadores do diálogo, preocupa as duas delegações As negociações entre a Santa Sé o Estado de Israel, relativas ao nem o Acordo Fundamental de 1993 e o Acordo sobre a personalidade jurídica de 1997 – que não têm ainda força de lei – prosseguiram ontem, apesar do delicado estado de saúde de Ariel Sharon. A situação do primeiro-ministro israelita é mesmo uma das principais preocupações das delegações, dado que Sharon era um dos principais impulsionadores deste diálogo. Em cima da mesa estão questões delicadas, como o estatuto fiscal da Igreja e a salvaguarda das propriedades eclesiásticas, em especial os chamados Lugares Santos. O grupo de trabalho, que se tinha reunido pela última vez em 24 de Novembro de 2005, deverá debruçar-se agora sobre a questão dos bens imóveis, cuja restituição a Igreja exige. A próxima reunião terá lugar de 17 a 18 de Maio. As negociações começaram a 11 de Março de 1999, de forma oficial, mas nos últimos anos Israel tem-se mostrado relutante em receber a delegação da Santa Sé e dialogar sobre os termos do acordo. A 28 de Agosto de 2003, a delegação israelita abandonou em bloco a mesa de negociações e apenas regressou um ano depois (6 de Julho de 2004), após pressão do governo dos EUA. Várias personalidades do Vaticano têm criticado abertamente as contínuas falhas de Israel neste processo, acusando o governo israelita de não cumprir os acordos com a Santa Sé sobre “questões vitais” para a Igreja Católica e para a comunidade cristã na Terra Santa. A agravar as preocupações está a previsível saída de cena Sharon, que tem sido dos principais mobilizadores do regresso às negociações com a Santa Sé, mesmo quando outros elementos do governo tendiam noutra direcção.

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