Arcebispo de Braga destaca «bons exemplos» na história da Igreja O Arcebispo de Braga recordou ontem, na Casa de Saúde do Bom Jesus, que «a história da Igreja está repleta de exemplos e factos positivos». D. Jorge Ortiga, que presidiu à missa celebrativa dos 125 anos da fundação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, lembrou que «os diversos carismas são a resposta de Deus para a realidade de uma determinada época» e que «estes [carismas] têm a sua origem comum no Coração de Jesus». Dando como exemplo a Casa de Saúde, o prelado bracarense disse às religiosas, colaboradores, benfeitores e utentes presentes que a Igreja teria que «começar a exercitar a sua auto-estima». «Muita gente fala da crise e os cristãos têm tendência para enveredar pelo mesmo discurso», salientou, acrescentando que «seria bom que a sociedade tivesse coragem para conhecer uma obra destas [Casa de Saúde] para que, em nome da verdade, deixasse de apontar apenas os aspectos negativos». No final da Eucaristia, foi prestada uma homenagem aos colaboradores que trabalham há mais de 25 anos na Casa de Saúde bracarense, que é um dos 12 centros da Província Portuguesa das Irmãs Hospitaleiras. A IPSS, de ideário católico e utilidade pública, visa o tratamento e reabilitação de doentes em saúde mental e psiquiatria, segundo o carisma hospitaleiro numa visão global da pessoa. Em Portugal, as religiosas estão a trabalhar desde 1894 com a fundação da Casa de Saúde da Idanha e realizam a missão hospitaleira em 14 estabelecimentos de saúde, dos quais oito se situam no Continente e quatro nas Regiões Autónomas, disponibilizando um total de 2.800 camas de internamento. Desenvolvem a sua intervenção assistencial nas áreas de psiquiatria, psicopedagogia, psicogeriatria, gerontopsiquiatria, toxicodependência e reabilitação psicossocial. Cerca de 200 religiosas e 1.574 colaboradores dão corpo ao projecto hospitaleiro, assistindo 5.706 doentes a nível de internamento, em estruturas comunitárias e em ambulatório, acompanhando 8.782 pessoas. As Irmãs foram fundadas em Ciempozuelos, Madrid, a 31 de Maio de 1881, por São Bento Menni, sacerdote da Ordem de São João de Deus, e por Maria Josefa Récio e Maria Angústias Giménez, que têm inspirado muitos a direccionarem a sua vida a pessoas que sofrem de perturbações mentais, aliando dois critérios fundamentais na sua intervenção: caridade e ciência. As comemorações do 125.º aniversário da fundação da congregação incluem uma série de actividades a nível provincial, que tem nas VIII e IX peregrinações da Família Hospitaleira a Fátima (a primeira acontece no próximo dia 7 de Junho e a segunda realiza-se a 23 de Maio de 2007) o seus momentos mais simbólicos.