Irmão do Papa nega que os Ratzinger simpatizassem com o nazismo

O Padre Georg Ratzinger, irmão do novo Papa, veio a público explicar com clareza o passado da sua família e do seu irmão, após alguns jornais, sobretudo ingleses, terem acusado Bento XVI de simpatizar com o nazismo. “Quem escreve tal tipo de coisas só o faz porque precisa de escrever, mas não entende aqueles tempos”, apontou. Nos tempos da Alemanha nazi, os Ratzinger escutavam na rádio as notícias dos aliados. “Era um acto de desafio simples mas arriscado na pequena cidade bávara. O nosso pai fazia isso para que os filhos soubessem a verdade sobre os nazis e a II Grande Guerra”, recordou. Opções como a de pertencer às juventudes hitlerianas aos 14 anos e ao exército aos 18 anos, permitiram sobreviver ao actual Pontífice e seu irmão. “(O nosso pai) não tinha alternativa. Era um regime brutal. Era uma ditadura desumana”, declarou o sacerdote e acrescentou que “não havia nada de bom nela. Ele (o Papa) foi operador de rádio, nunca lutou”. Aproximadamente 90 por cento dos jovens na Alemanha fez parte das juventudes hitlerianas. Negar-se a pertencer a elas era condenar-se a ser enviado a um campo de reeducação, algo similar a um campo de concentração. Em 1943, quando Joseph Ratzinger tinha 16 anos, toda a sua turma do seminário foi convocada para ajudar nas baterias anti-aéreas que defendiam uma fábrica da BMW e, posteriormente, uma fábrica de aviões no Oberpfaffenhofen, na qual se construíram os primeiros jactos alemães. Abraham Foxman, director da Liga Anti-difamação dos EUA, saiu em defesa do novo Papa. Foxman declarou que Bento XVI “é um sobrevivente da tirania e deve ser valorizado como um homem que viu o pior da humanidade e passou o resto da sua vida em prol de algo muitíssimo melhor”.

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