Iraque: Situação dos cristãos é de «desastre extremo»

Patriarca caldeu desiludido com a falta de apoio internacional

Lisboa, 11 ago 2014 (Ecclesia) – O patriarca da Igreja Caldeia, líder da maior comunidade cristã do Iraque, diz que a situação dos cristãos no país é de “desastre extremo”, com “milhares de famílias” em fuga devido à ameaça dos extremistas islâmicos.

Num comunicado veiculado hoje pela Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, D. Louis Sako sublinha a necessidade de apoios, sobretudo para as pessoas que perderam tudo no meio do conflito que está a opor as tropas iraquianas a grupos armados de “jihadistas”, na capital Bagdade e em outras cidades, como Kirkuk e Sulaymaniyah.

Só em Ankawa e Dohuk são já mais de 130 mil os refugiados cristãos que permanecem “em situação deplorável”, muitos deles obrigados a dormir “em igrejas e escolas e mesmo “nas ruas e parques públicos”.

“Crianças e idosos” à mercê da “morte e da doença”, enquanto a “ajuda humanitária” se tem revelado “insuficiente”, lamenta o patriarca caldeu.

Para D. Louis Sako, é essencial que a comunidade internacional consiga desenvolver uma estratégia eficaz para pôr cobro ao conflito e ao mesmo tempo salvaguardar a vida dos cristãos e de todos os civis inocentes.

O responsável cristão classifica mesmo como “dececionante” a forma como os Estados Unidos da América estão a intervir nesta situação e lamenta a falta de organização e a ineficácia das estratégias de ajuda humanitária às vítimas da guerra.

As necessidades em termos de “água potável, de medicamentos e alimentos estão a aumentar de dia para dia”, alerta o patriarca, que deixa ainda algumas interrogações quanto ao futuro dos refugiados cristãos.

“O que vai acontecer aos bens, propriedades e empregos destes milhares de cristãos forçados a fugir dos terroristas islâmicos? Os que desejarem emigrar, como vão obter os documentos e o dinheiro necessários para isso? E os que vivem em campos de refugiados, como vão sobreviver ao Inverno?”, questiona D. Louis Sako.

Esta segunda-feira chega ao Iraque um enviado pessoal do Papa Francisco, cardeal Fernando Filoni, antigo núncio apostólico do país, com a missão de verificar as condições das populações no terreno e “assegurar” a todas as vítimas a “proximidade” da Igreja Católica.

AIS/JCP

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Agência ECCLESIA

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