Francisco lembrou cristãos perseguidos no Médio Oriente
Cidade do Vaticano, 17 set 2015 (Ecclesia) – O Papa criticou hoje a da comunidade internacional de encontrar “soluções adequadas” para os conflitos na Síria e no Iraque, com as crises humanas que daí derivam.
Francisco falava perante os participantes num encontro promovido pelo Conselho Pontifício 'Cor Unum' (Santa Sé), para analisar a situação de crise que atinge 15 milhões de refugiados e deslocados sírios e iraquianos no Médio Oriente, com bispos e organismos católicos de solidariedade da região.
Segundo o Papa, vive-se neste momento “um dos dramas humanos mais esmagador das últimas décadas”, por causa das “terríveis consequências” dos conflitos na Síria e no Iraque sobre “as populações civis e o património cultural”.
“É preciso encontrar uma solução que não é nunca violenta, porque a violência cria novas feridas”, alertou.
Francisco recordou que, ao contrário do passado, hoje as “atrocidades e violações inauditas dos Direitos Humanos” são visíveis “aos olhos de todo mundo”.
“Ninguém pode fingir que não sabe”, advertiu.
O discurso aludiu às vítimas do conflito, em particular as comunidades cristãs onde “muitos irmãos e irmãs são perseguidos por causa da sua fé, expulsos das suas terras, mantidos em cativeiro ou mesmo mortos”.
Francisco recordou que “durante séculos”, as comunidades cristãs e muçulmanas conviveram no Médio Oriente “na base do respeito recíproco”.
O Papa sublinhou as consequências “cada vez mais insuportáveis” das atuais guerras sobre milhões de pessoas que estão “num preocupante estado de urgente necessidade”, após terem sido obrigadas a deixar as suas terras.
“O Líbano, a Jordânia e a Turquia carregam hoje o peso dos milhões de refugiados que acolheram generosamente”, acrescentou.
No meio de uma crise humana que “interpela todos”, Francisco apontou o dedo aos “traficantes de armas banhadas com o sangue de inocentes”.
Falando num “oceano de dor”, o pontífice argentino pediu atenção às necessidades dos mais pobres e indefesos, manifestando a sua preocupação com a situação das crianças que estão “privadas de direitos fundamentais”.
“Na Síria e no Iraque, o mal destrói os edifícios e as infraestruturas, mas sobretudo destrói a consciência do homem”, alertou.
O Papa concluiu com um pedido às instituições solidárias católicas: “Não abandoneis as vítimas desta crise, mesmo que a atenção do mundo venha a diminuir”.
OC