Visita é acompanhada por 74 jornalistas, de 15 países
Lisboa, 05 mar 2021 (Ecclesia) – O Papa disse hoje que a viagem ao Iraque era “um dever” perante uma população “martirizada”.
“Estou feliz por retomar as viagens e esta é uma viagem emblemática. É também um dever, para com uma terra martirizada há tantos anos”, referiu.
Francisco falava no voo que o levou de Roma até Bagdade, perante os 74 jornalistas, de 15 países, que acompanham a visita – a primeira desde o início da pandemia.
“Obrigado por me acompanharem”, declarou.
De máscara, o Papa cumprimentou todos os profissionais da comunicação social e o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, agradeceu a Francisco “pela sua vontade de tornar-se peregrino no Iraque”.
Durante o voo, o Papa Francisco recebeu o prémio de jornalismo ‘Maria Grazia Cutuli’, assim intitulado em homenagem à jornalista italiana morta há 20 anos, no Afeganistão.
A distinção reconhece a importância da última mensagem papal para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, divulgada em janeiro, onde se aborda a uniformização da informação, apontando para o risco de “jornais fotocópia” ou noticiários “substancialmente iguais, onde os géneros da entrevista e da reportagem perdem espaço”.
A jornalista espanhola Eva Fernández, da rádio COPE, entregou ao Papa várias fotos de casas cristãs marcadas por terroristas com a letra ‘n’ do alfabeto árabe e um documento com os preços de venda de escravas cristãs e yazidis.
Francisco recebeu uma cópia do anúncio da ‘yizia’, o imposto que os jihadistas exigiam dos cristãos e outras minorias religiosas para ficar em Mossul.
“É muito importante que a imprensa mundial que acompanha o Papa não perca de vista quem realmente são os protagonistas da viagem: são os cristãos do Iraque”, referiu Eva Fernández à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, que forneceu esta documentação à jornalista.
OC