Iraque: «Mundo ainda não entendeu a gravidade da situação», considera patriarca caldeu

D. Louis Sako lamenta passividade da comunidade internacional

Lisboa, 27 ago 2014 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal do Iraque, D. Louis Sako, fez um novo apelo à comunidade internacional e pediu “soluções concretas” contra as ações e avanços do Estado Islâmico que continua a receber “dinheiro, armas e combatentes”.

“Eu visitei os campos de refugiados nas províncias de Erbil e Dohok e o que vi e ouvi vai para além de qualquer imaginação”, observa D. Louis Sako, para quem “o silêncio e a passividade vão incentivar os fundamentalistas do Estado Islâmico a cometerem outras tragédias”.

Em declarações à agência AsiaNews, o responsável destaca que os Estados Unidos da América e a União Europeia reconheceram a necessidade de uma solução rápida mas “não tomaram medidas concretas para aliviar o destino de uma população martirizada”.

“O fundamentalismo religioso continua a crescer em força e poder, resultando em tragédias, enquanto nós, cristãos, nos perguntamos surpresos se os líderes islâmicos e intelectuais muçulmanos entenderam a gravidade do problema”, acrescentou o presidente da Conferência Episcopal do Iraque.

Desta forma, D. Louis Sako criticou também à comunidade muçulmana cujas declarações “não garantiram o respeito e a defesa da dignidade dos cristãos”.

O líder da Igreja Caldeia explicou que os cristãos iraquianos e outras minorias no país foram vítimas de “um golpe terrível no coração de suas vidas” privados de todos os direitos, propriedades e documentos.

Para o patriarca, com o êxodo das famílias que fogem dos avanças e imposições de conversão do Estado Islâmico “teve início a segunda fase da calamidade” e o “mundo ainda não entendeu a gravidade da situação”.

“A migração dessas famílias causa a dissolução da história, do património e da identidade deste povo”, acrescentou D. Louis Sako.

RV/CB/OC

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