Lisboa, 11 set 2014 (Ecclesia) – Maryam Wahida, uma jovem cristã de 21 anos, natural do Iraque testemunhou na sessão especial de emergência do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre o Estado Islâmico e questionou a demora da intervenção da ONU.
“Dada a extrema urgência desta questão, que é de vida e de morte, devemos perguntar-nos: Por que razão a ONU demorou tanto tempo a intervir?”, perguntou Maryam Wahida, revela a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
“As vítimas do Iraque querem uma resposta, afinal, o que poderia ser mais urgente do que parar os terroristas de Estado Islâmico de perseguirem, atacarem, escravizarem, violarem e decapitarem os nossos homens, mulheres e crianças?”, acrescentou aos conselheiros da ONU.
A jovem cristã de 21 anos revelou que a sua presença, na sessão especial de emergência do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, servia para “dar testemunho sobre os horríveis crimes cometidos pelo Estado Islâmico contra os familiares, contra os cristãos, os yazidis e outras minorias religiosas no Iraque”.
Maryam Wahida disse que “durante bastantes semanas”, os militantes islâmicos “invadiram as aldeias, destruíram igrejas antigas, e queimaram arquivos históricos que datam de há muitos séculos”.
A AIS explica que “num registo emotivo”, a interlocutora prosseguiu o testemunho e “afirmou” que todos os que sobreviveram aos massacres “foram obrigados a fugir de suas casas” e, agora, vivem “em condições horríveis, sem higiene nem saneamento básico”.
Os refugiados, segundo Maryam Wahida “dormem nas ruas, no chão, dentro e fora das igrejas”.
A Fundação pontifícia destaca que a jovem cristã agradeceu “toda a ajuda da comunidade internacional” mas apelou que se façam “tudo o que puder ser feito, para ajudar as vítimas”.
Nesse sentido, Maryam Wahida sugeriu ainda a criação de uma região segura “para as pessoas deslocadas no interior do Iraque, que facilite o asilo e a migração”.
AIS/CB/OC