Iraque/Gaza: «É preciso que a comunidade internacional acorde», considera D. Manuel Clemente

«Poeira mediática» pode desvalorizar a gravidade dos conflitos

Santarém, 08 ago 2014 (Ecclesia) – O Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente, afirmou que na perseguição aos cristãos no Iraque e nos conflitos na Faixa de Gaza, a consciência de cada um “não pode adormecer”.

“É preciso que a comunidade internacional acorde porque uma certa poeira mediática parece que não toma a sério estes conflitos, que deixam de ser notícia ou passam a fait divers”, analisa D. Manuel Clemente sobre a situação dos cristãos perseguidos no Iraque pelos militantes islâmicos que querem impor um Estado Islâmico.

Pelo facto de já se ter falado no “telejornal de ontem ou no noticiário de anteontem”, estas situações de conflito não podem ser relegadas para segundo plano porque “permanecem”, referiu o patriarca de Lisboa à Agência ECCLESIA esta quinta-feira, à margem do encerramento do acampamento regional de escuteiros.

“Não deixemos que a nossa consciência adormeça, isto não dá para adormecer”, advertiu.

“São dramas humanitários tremendos ainda antes de serem conflitos com conotação religiosa, mal metida, porque são exatamente a negação do que as nossas religiões professam”, adverte D. Manuel Clemente.

O presidente da CEP relembra que os cristãos não são perseguidos apenas no Iraque e destaca outros casos como o Paquistão ou a Nigéria (África), com o movimento islâmico Boko Harem, “são situações exatamente ao contrário do que deviam ser”.

Sobre o conflito na Faixa de Gaza, que opõe o governo de Israel e o Hamas, na Palestina, D. Manuel Clemente destacou a iniciativa do Papa Francisco que, em junho, convidou para rezar em conjunto os líderes de Israel e da Palestina porque “têm toda a conveniência”.

“Como lembra o Papa Francisco, se cristãos, muçulmanos, judeus partilham a fé num Deus único, criador de todos na tradição de Abrão devíamos ser fator de paz e portanto quando as coisas não acontecem assim deixam-nos muita tristeza”, desenvolveu o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

D. Manuel Clemente manifestou ainda “muita solidariedade com as vítimas” de ambos os lados do conflito.

CB/PR

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