Iraque: Cristãos celebram Natal entre o medo e a fé

Lisboa, 23 dez 2011 (Ecclesia) – Os cristãos do Iraque vão viver o Natal “entre o medo e a fé inabalável”, denuncia uma nota da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), citada pela Rádio Vaticano.

“As tradições serão respeitadas no isolamento das casas e das igrejas”, refere o comunicado, acrescentando que a missa de Natal, frequentemente celebrada pela meia-noite, tem de ocorrer durante o dia “por motivos de segurança”.

O arcebispo latino de Bagdad, D. Jean Benjamin Sleiman, lembra a perseguição movida contra os cristãos, que por serem considerados infiéis têm um estatuto jurídico e social inferior, além de estarem obrigados ao pagamento de um imposto que as minorias não muçulmanas devem saldar para praticar a sua fé.

A capital do Iraque, Bagdad, e a cidade de Mossul, no norte do país, são as regiões mais perigosas para os cristãos, indica o responsável, acrescentando que fora das “ilhas de convivência” interreligiosa os fiéis sofrem com a maioria islâmica, sendo alvos de “criminalidade, mafiosa ou miliciana”.

Na região do Curdistão, igualmente no norte, os cristãos vivem com mais tranquilidade “mas as enormes dificuldades sociais, culturais e económicas levam os fiéis a emigrarem”, indica.

D. Jean Sleiman, que espera celebrar as festas do Natal “com serenidade”, embora “tudo dependa da segurança”, apela à comunidade internacional que apoie o Governo iraquiano, para que o país “se torne novamente um Estado de direito”.

O superior da congregação religiosa dos Dominicanos de Bagdad, padre Amir Jaje, relata que a capital vive há semanas um clima difícil devido aos conflitos sectários e à retirada iminente das tropas dos EUA: “Os extremistas aproveitam as tensões para fazer sentir a própria voz”.

“Os fiéis estão cada vez mais angustiados” mas não perderam a confiança no futuro: “No Iraque ainda existe esperança e o nosso Natal é acreditar nesta esperança”, conclui o sacerdote.

RJM

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