Iraque: cristãos celebram Natal em clima de medo

ONU denuncia «êxodo» após vaga de atentados

As comunidades cristãs do Iraque vão celebrar o Natal num clima de medo, agravado pela recente onda de ataques terroristas que levam o governo a colocar muros de protecção em redor das igrejas de Bagdad e de Mossul.

Entre os cristãos do Iraque “há uma espécie de desespero”, mas “aconteça o que acontecer, as pessoas estão decididas a celebrar a liturgia de Natal de qualquer modo”, afirmou D. Bashar Warda, arcebispo de Erbil, a norte de Bagdad.

Em declarações à organização católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o prelado elogiou o governo iraquiano por tomar medidas para melhorar a segurança, apesar de a entrada nas igrejas levar os paroquianos a pensar que estão a entrar “num acampamento militar”.

A AIS enviou 15 mil Euros para as vítimas do massacre de 31 de Outubro na catedral siro-católica de Bagdade, que matou mais de 50 pessoas e deixou 70 feridos entre os fiéis que participavam na Missa dominical.

Entretanto, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) denunciou o “êxodo” de milhares de cristãos do Iraque desde este ataque e outros ataques subsequentes.

“As comunidades cristãs de Bagdad e de Mossul começaram um lento, mas regular, êxodo”, disse a porta-voz do ACNUR durante uma conferência de imprensa, na última Sexta-feira.

“Cerca de mil famílias chegaram ao Curdistão desde Novembro”, indicou Melissa Fleming.

A porta-voz referiu não dispor de um número concreto de deslocados, mas admitiu que “milhares” terão fugido das suas casas e estarão refugiados noutras regiões do Iraque ou no estrangeiro.

Redacção/AIS/RR

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Agência ECCLESIA

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