O medo continua a levar muitos cristãos a abandonar o Iraque, denuncia o Arcebispo de rito latino de Bagdad, D. Jean Sleiman, em uma sincera avaliação da crise do país, oferecida a 427 pessoas durante o encontro anual da secção da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) do Reino Unido, na semana passada. O Arcebispo, pastor de uma comunidade de cinco mil fiéis de rito latino, insistiu em que muitos cristãos desejam abandonar o país apesar da diminuição da violência em Bagdad e seus arredores, assim como a massiva reconstrução levada a cabo no norte do Curdistão. A migração contínua representa um desastre para a comunidade cristã, que perdeu mais da metade dos seus fiéis: de um milhão de fiéis passou aos actuais 400 mil. D. Jean Sleiman qualificou o sonho da migração como “não realista”, ainda que as pessoas o vejam como “uma espécie de salvação”. Os atentados contra os cristãos – que qualificou como “autêntica perseguição” – continuam a ser uma grande ameaça nalgumas áreas, denunciou o Arcebispo, explicando que em outras regiões se verifica uma “coexistência sob pressão”, o que significa que os cristãos são forçados a adoptar práticas islâmicas, inclusive no vestuário, para evitar ser expulsos do país. O Arcebispo, que falou numa sala da Catedral de Westminster, reiterou esta mensagem em encontros com autoridades e Arcebispos do Reino Unido, incluindo o Cardeal Cormac Murphy-O’Connor, Arcebispo de Westminster. D. Sleiman, que antes tinha celebrado uma missa na Catedral pela Ajuda à Igreja que Sofre, sublinhou que há também sinais de esperança provenientes de organizações humanitárias e de ajuda como a AIS. Bagdad, Mossul e outras regiões, informou o arcebispo Sleiman, são ainda pontos fortes de perseguição e violência contra os grupos minoritários, em particular contra cristãos. Departamento de Informação da Ajuda à Igreja que Sofre