Iraque: Arcebispo de Erbil destacou que a «esperança» é por uma «paz duradoura na região»

«Obrigado», disse  D. Bashar Warda, em visita a Portugal, agradecendo a todos os que são solidários, através da Ajuda à Igreja que Sofre

Foto: Visita do Papa a Erbil, 2021 (Lusa/EPA)

Lisboa, 28 out 2024 (Ecclesia) – O arcebispo de Erbil, no Iraque, assinalou que “há muitas famílias que foram capazes de voltar para as suas casas e vilas”, 10 anos após a invasão de Nínive, pelo autoproclamado Estado Islâmico, que originou a fuga de 100 mil pessoas.

“É um processo de reconstrução, reconstrução não apenas de casas, escolas e igrejas, mas também de reconstrução do sentido da segurança”, explicou D. Bashar Warda, este domingo, em declarações à Agência ECCLESIA e à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) em Portugal.

O arcebispo iraquiano veio a Portugal contar como tem sido a vida dos cristãos no Iraque após a invasão das terras bíblicas da planície de Nínive, pelo autoproclamado Estado Islâmico, o grupo terrorista Daesh, que levou à fuga de cerca de 100 mil pessoas, há 10 anos, em agosto de 2014.

“Hoje, graças a Deus, há muitas famílias que foram capazes de voltar para suas casas e vilas após a libertação destas vilas”, assinalou o arcebispo de Erbil.

D. Bashar Warda observa que estão “todos preocupados na região” com o que está acontecer em Gaza e no Líbano, “e com toda a escalada da guerra”, mas “a esperança e as orações” são de “paz”, de uma “estabilidade duradoura” para as pessoas sentirem-se bem.

“Sempre que há guerra, violência e disputas, elas não estariam a sentir-se em paz. Essa é a esperança, voltar, mas também esperar e rezar por uma paz duradoura na região, e isso reflete-se positivamente em nós”, desenvolveu.

O responsável pela arquidiocese situada no Curdistão iraquiano, a norte de Bagdade, afirma que a missão da Igreja “não é apenas servir espiritualmente e pastoralmente o povo e os fiéis”.

“A nossa missão como Igreja no Iraque é também manter a cristandade, porque, historicamente, nós somos os povos daquela terra. O cristianismo está lá há 2000 anos, é também a nossa missão manter a voz de Cristo, alto, claro, pacífico, gentil, verdadeiro, no Iraque”, desenvolveu.

O arcebispo esteve em Portugal, nas cidades do Porto, Aveiro e Lisboa, entre sexta-feira e este domingo, a convite do secretariado português da AIS.

“Valeu a pena. Tenho, não apenas o dever, mas também a gratidão para todos os portugueses que ajudaram a ‘Aid to the Church in Need’, a ACN [AIS], durante esses anos. Nós amamos Portugal”, acrescentou, revelando que, pessoalmente, segue e conhece “o futebol” nacional.

D. BasharWarda explicou que com a ajuda recebida puderam “ajudar os povos” e desenvolver atividades com os jovens, “atividades pastorais, catequese”, apoiaram a população “durante o tempo da invasão do ISIS”, e forneceram comida, roupas, medicamentos, educação, para além da Ajuda à Igreja que Sofre [Aid to the Church in Need] ter estado “muito envolvida na reconstrução das vilas”.

“Obrigado”, concluiu o arcebispo de Erbil, em português.

No Porto, D. Bashar Warda participou na primeira edição da ‘Noite das Testemunhas’, organizado pela fundação pontifícia para “dar voz a protagonistas da Igreja que sofre no mundo”, e esteve no Fórum Ecuménico Jovem 2024, participou numa conferência e na Missa, na Paróquia Gafanha da Encarnação, na Diocese de Aveiro, e concelebrou, na igreja de Santo Condestável, do Patriarcado de Lisboa, na Eucaristia dominical  presidida pelo bispo auxiliar D. Alexandre Palma.

A visita do arcebispo de Erbil  foi acompanhada por uma exposição de objetos religiosos profanados no Iraque, como um cálice destruído numa das igrejas cristãs, por uma bala dos terroristas jihadistas do Daesh.

O arcebispo de Erbil já tinha estado em Portugal em 2016, para a apresentação do Relatório da AIS sobre a Liberdade Religiosa no Mundo.

PR/CB

 

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