Comissão Justiça e Paz Europa alerta para expulsões em curso em Mossul
Lisboa, 28 jul 2014 (Ecclesia) – A Comissão Justiça e Paz Europa emitiu o comunicado “Chamada para a ação política” onde apresenta seis objetivos que devem ser colocados em prática “com vigor” e alerta para a expulsão “horrível” dos cristãos de Mossul, Iraque.
“Declarar o ISIS oficialmente uma organização terrorista” e “proibir qualquer fornecimento de armas e divulgar grupos e países que os apoiam”, são os dois primeiros objetivos que a Comissão Justiça e Paz pretende em relação às ações dos militantes islâmicos contra os cristãos no Iraque.
“Exercer pressão sobre o Governo do Iraque a prosseguir uma política de unidade nacional, incluindo toda a sua população e impedir a desintegração do Iraque, que tem consequências desastrosas para toda a região”, é outro dos pontos propostos no comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.
A Comissão Justiça e Paz Europa alerta também para a necessidade de “conceder uma ajuda humanitária generosa para todos os governos da região”, que são confrontados com um “grande número de refugiados” para conseguirem “mitigar o sofrimento humano”.
Nos dois últimos objetivos o comunicado assinala que é necessário “fornecer apoios e solidariedade aos cristãos brutalmente perseguidos” para que recuperem “a esperança” e sobrevivam a “este tempo” e pede que a “perseguição religiosa” seja “efetivamente” reconhecida como uma terra de asilo”.
A Comissão Justiça e Paz Europa saúda também a resolução do Parlamento Europeu, de 17 de Julho, que “insta os dirigentes da União Europeia e todos os políticos europeus e líderes de opinião pública a tomar a ação política, de acordo com a forte condenação da perseguição de minorias em Mossul pelos membros do Conselho de Segurança da ONU, no dia 21 de julho”.
Nesse sentido, Comissão Justiça e Paz europeia recomenda a promoção da cooperação com todos os grupos muçulmanos que se opõem fortemente a discriminação por motivos religiosos”, e fazem ainda eco da mensagem do Patriarca católico caldeu de Bagdade, D. Louis Sako I, que alerta para uma “catástrofe humana, civil e histórica”.
“Com vários milhares de lutadores, atualmente, governa uma área quase tão grande quanto a Grã-Bretanha. A ocupação deste grande território por um grupo terrorista como ISIS (Estado Islâmico no Iraque e na Síria) tem consequências enormes para a região e para além dela”, explicam.
A Comissão Justiça e Paz preocupada também com a destruição “do património cultural desta região historicamente rica” destaca que o “regime terrorista do IS ao longo dos últimos meses tem empobrecido o norte do Iraque e destruíram uma das mais antigas igrejas da cristandade”, assinala
“Igrejas, mosteiros e antigos locais de peregrinação de todas as religiões, como o túmulo de Jonas e de Seth, foram devastadas e profanados durante os últimos dias”, exemplificam.
A Conferência Europeia das Comissões Justiça e Paz é a aliança de 31 Comissões que “trabalha para a promoção da justiça, da paz e do respeito pela dignidade humana”.
CB