Ir. Roger de Taizé morreu há cinco anos

Comunidade revela declarações inéditas do seu fundador

Assinalam-se esta Segunda-feira, 16 de Agosto, cinco anos sobre a morte do Irmão Roger, fundadador da comunidade ecuménica de Taizé.

Um homem que acreditava que, para se entrar no espírito de Taizé, bastava “tomarmos consciência, aos poucos, de que há um dom, um presente, como que uma oferta de Deus a todos nós, que é a paz, a paz interior, a paz do coração”.

Quanto aos objectivos que a comunidade tinha para os jovens, eram simples: “que sejam escutados, não para pedirem conselhos ou instruções, nada disso. Mas que sejam ouvidos e que se liberte assim em cada ser humano, nesta escuta, nesta compreensão que é amor, que se descubra aos poucos, o que não sabíamos”, dizia o Irmão Roger.

Estes dois excertos fazem parte de um conjunto de entrevistas inéditas, em vídeo, que a comunidade Taizé tem vindo a revelar, em homenagem ao seu fundador.

[[a,d,1400,Comunidade ecuménica de Taizé evoca o seu fundador, Irmão Roger, no 5.º aniversário da sua morte]]Roger Schütz-Marsauche foi morto a 16 de Agosto de 2005, durante uma celebração da oração da noite, por uma mulher de 35 anos, de origem romena, que sofria de perturbações mentais. Terminava assim, a aventura de vida daquele que era conhecido, simplesmente, por Irmão Roger.

Uma vida que ficou, desde cedo, marcada pelo sofrimento da guerra. O Irmão Roger tinha 25 anos quando teve de sair do seu país de origem, a Suíça, para se mudar para França, em 1940. A Segunda Guerra Mundial começara um ano antes e o jovem, formado em Teologia, tinha já a forte convicção de que queria fazer algo por aqueles que estavam a sofrer com o desenrolar do conflito.

Em França, a terra da sua mãe, fixou-se na aldeia de Taizé, na região de Borgonha. Ali começou a acolher refugiados de guerra numa casa que comprara há alguns anos. Foi lá que foram lançadas as primeiras sementes para uma experiência de vida comunitária, que mais tarde ficaria conhecida como Comunidade de Taizé.

Em 1942 a casa foi descoberta pelas forças alemãs e todos tiveram de se mudar para Genebra, na Suíça, onde ficariam até ao final da guerra. A partir de 1945, a Comunidade de Taizé começou a desenvolver-se na sua plenitude: jovens provenientes de toda a parte começaram a juntar-se aos primeiros irmãos; a comunidade recebia ainda crianças que a guerra tinha feito órfãs. Em 1949, no dia de Páscoa, oito elementos, incluindo o Irmão Roger, fizeram votos de celibato e comprometeram-se a uma vida comunitária feita de simplicidade.

Entre 1953, o irmão Roger acabou de escrever a Regra de Taizé, onde ficaram estabelecidos, até hoje, os princípios orientadores da comunidade. Uma das regras diz “ama teu próximo, seja qual for a sua visão religiosa ou ideológica”. Taizé passou a ser sinónimo de encontro com Deus, oração, diálogo e, sobretudo, local de reconciliação para milhares de pessoas.

O irmão Roger é recordado pelo Papa Bento XVI como alguém que, “através do seu testemunho de fé cristã e de diálogo ecuménico, transmitiu lições valiosas para gerações inteiras de jovens”. (declaração prestada durante a Audiência Geral de 16 de Agosto de 2006, em Castel Gandolfo, segundo a Rádio Vaticano).

O seu sucessor, o Irmão Alois Loser, definiu-o, em entrevista à Rádio Vaticano, em 2007, como alguém que sempre teve uma paixão pela comunhão da Igreja”.

Hoje em dia, a Comunidade de Taizé é constituída por mais de 100 irmãos, de várias nacionalidades, representantes das Igrejas Católica e Protestante. Os jovens que a visitam (cerca de 6 mil por semana) procuram meditar na Palavra de Deus e encontrar paz de espírito para as suas vidas.

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Agência ECCLESIA

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