Ir para Deus sem afastar-se dos homens

Bento XVI defendeu ontem que “quem se aproxima de Deus não se afasta dos homens”. Concluindo a audiência geral desta quarta-feira, dedicada à figura de Santo Atanásio, o Papa assegurou que “quanto mais uma pessoa se aproxima de Deus, mais se aproxima dos homens”. O Papa continuou as suas meditações sobre as figuras mais destacadas da Igreja antiga, apresentando nesta quarta-feira a vida de Atanásio, nascido no ano 300 e falecido em 373, que em vida foi descrito como “a coluna da Igreja” pelo grande teólogo e bispo de Constantinopla, Gregório Nazianzeno. Como ele mesmo constatou, “não é por acaso, portanto, que Gian Lorenzo Bernini colocou a sua estátua entre as dos quatro santos doutores da Igreja oriental e ocidental – Ambrósio, João Crisóstomo e Agostinho -, que na maravilhosa ábside da Basílica vaticana rodeiam a Cátedra de São Pedro”. Atanásio dedicou o seu ministério episcopal a proclamar a divindade de Jesus, que era negada pelos arianos, seguidores de um presbítero de Alexandria, Ário, (256-336), para quem Cristo tinha sido criado por Deus do nada, e que portanto o Filho (o Logos) era uma criatura de Deus e não era o próprio Deus. O Concílio de Niceia (convocado no ano 325), no qual participou o jovem Atanásio como colaborador do seu bispo, deixou clara a divindade de Cristo. Depois de ser eleito bispo de Alexandria, Atanásio teve de enfrentar a expansão desta heresia, ganhando “a implacável hostilidade dos arianos e dos filo-arianos”. O seu best-seller, termo utilizado pelo Papa, foi a “Vida de Antão”, ou seja, a biografia de Santo Antão (251-356), fundador do movimento dos eremitas no deserto egípcio, de quem chegou a ser um grande amigo nos seus anos de exílio. Esta obra, traduzida muito rapidamente em numerosas línguas, “contribuiu decisivamente para a difusão da vida monástica, no Oriente e no Ocidente”, reconheceu o Papa. Redacção/Zenit

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