A Comissão Diocesana Justiça e Paz de Portalegre-Castelo Branco considera que um maior investimento nas zonas florestais ajudaria a combater a crise e a inverter a desertificação do Interior.
Numa nota enviada à Agência ECCLESIA, a Comissão alerta que "a nível da floresta, temos assistido a uma degradação constante deste recurso natural, quer pela falta de cuidado na manutenção das matas, quer na preservação e definição das espécies mais adequadas".
"Há que criar aqui modos de produção sustentáveis, aplicando tecnologias amigas do ambiente, gestão parcimoniosa dos recursos hídricos e modos de comercialização fluidos, com o mínimo de intermediários", indica a Comissão.
Para estes responsáveis, são necessárias medidas para travar "uma hemorragia demográfica dos que estão na idade activa do interior para as zonas litorais, de que a Diocese de Portalegre-Castelo Branco é exemplo".
"Há, pois, que trazer de novo para este interior e, especialmente, para as zonas mais despovoadas, mediante uma formação séria, uma reconversão eficaz e incentivos apropriados, as pessoas das grandes cidades", pode ler-se.
A Comissão Diocesana considera que "o espírito cooperativo terá que se incentivar e, aí, o Ministério da Agricultura, os Institutos Politécnicos existentes nesse interior, fundações, cooperativas, etc., poderão ter um papel importante quer de dinamização, quer de fornecimento dos instrumentos legais".
Neste processo, prossegue a nota, "as Escolas Superiores Agrárias, dependentes desses Institutos, em coordenação com o Ministério da Agricultura, poderiam propor as culturas mais adequadas, tendo em vista os mercados visados, ao mesmo tempo que forneceriam os apoios técnicos necessários".
"Talvez esta fosse uma das vias para criar empregos, melhorar o ambiente, descongestionar os grandes centros urbanos, combater a marginalidade e a delinquência, dar sentido a vidas que andam perdidas. Talvez, assim, se ajudasse a combater a pobreza", indica a Comissão Diocesana Justiça e Paz de Portalegre-Castelo Branco.