Investir em mediadores profissionais na Igreja

Apela D. Manuel Clemente no final das Jornadas Comunicações Sociais

A relação entre Igreja, comunicação institucional e jornalismo este em destaque na manhã das Jornadas das Comunicações Sociais que esta manhã terminaram em Fátima.

A experiência comunicacional da Igreja foi sublinhado, com a advertência da tensão existente entre o “institucional e a comunicação”.

D. Manuel Clemente, Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, indicou que o problema se regista ao nível “institucional”.

“O desafio do institucional. Não é a minha comunicação em particular, mas de uma instituição, porque quem fala, fá-lo pelo colectivo e isso, é mais exigente enquanto também transgeracional”.

O também bispo do Porto, presente na comunicação social na Rádio renascença e também no programa ECCLESIA, desde 1998 considera não haver um déficit de informação. D. Manuel Clemente recorda os documentos, cartas pastorais, informação disponibilizada da Agência ECCLESIA. “Falta sim um mediador que traduza e faça chegar às pessoas a informação”.

João Paulo II criou uma relação com as audiências e com o espaço mediático. Mas essa pessoas não se planeiam. Aparecem. Bento XVI é um professor como foi toda a sua vida. O mediador é um problema.

D. Manuel Clemente apontou a síntese, a precisão e o profissionalismo como capacidades essenciais para se comunicar. Reconhecendo que em cada patamar eclesial “é bom que exista uma voz e um rosto, há também a necessidade de uma síntese”.

“Para falar sobre a Igreja há que estar cheio de Igreja, da sua cultura. Não se dá a opinião, e isso requer trabalho”, considerou D. Manuel Clemente.

[[i,e,549,Octávio Ribeiro]]Octávio Ribeiro, director do jornal Correio da Manhã, destacou a “capacidade que a Igreja tem hoje de se fazer comunicação livre e plural”. Por isso, acrescentou, “não percebo como não se pode ter êxito, seja no diário ou no semanário”.

O jornalista sublinhou a “pluralidade de vozes em que se reparte a Igreja Católica” e as “diferentes visões sobre as questões sociais”.

“Eventualmente sobre assuntos cerne, as vozes tem, sim, de se unir, mas a visão diferente que por vezes perpassa pelas palavras de vários bispos, é uma grande riqueza”.

Este jornalista lamentou o facto de a Igreja não ocupar o espaço comunicacional que lhe cabe, até para contrariar a tendência “fácil de bater na Igreja e deturpar as suas palavras”.

[[i,e,548,António Cunha e Vaz]]António Cunha e Vaz, Director da Cunha Vaz & Associados, agência de comunicação, reconheceu que a comunicação é hoje um dos instrumentos essenciais. “Não lhes dar a devida importância é um erro”.

A tensão existente entre no meio da comunicação, “redacções reduzidas que têm de escrever o que os seus directores lhes mandam, condicionados pela falta de meios técnicos e financeiros”, gera “um jornalismo hoje é feito à pressa. Há factores que contrariam a investigação e aprofundamento de determinada noticia”. António Cunha e Vaz frisa que a comunicação institucional “tem de se adaptar a esta realidade”.

As instituições “antes de fazerem comunicação externa, devem ter em conta outros destinatários da informação, tanto como os jornalistas, que são os comunicadores internos. Se a este nível falhar, a comunicação não é eficaz porque aprece distorcida e, por vezes, incompleta”.

Sobre a Igreja, António Cunha e Vaz afirmou fazer “falta à Igreja um trabalho de base, feito entre jornalistas e os seus dados”.

“A Igreja Católica deve saber quais as ânsias comunicacionais das populações na área de intervenção. Deve comunicar-se o que se quer ouvir”. 

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