A “Identidade Cristã das Instituições de Acção Social da Igreja” é o tema escolhido para a XXIV Semana da Pastoral Social. Um tema que pretende reflectir nas características das instituições de acção social da Igreja, numa altura em que a sociedade civil e os políticos discutem os financiamentos do Estado a estas instituições. “A especificidade óbvia é a confessionalidade, mas não uma confessionalidade imposta às pessoas que dela beneficiam”, explica o Pe. José Pereira de Almeida, Director do Secretariado Nacional da Pastoral Social à Agência ECCLESIA. Na conferência de abertura foi abordada a inexistência de uma parceria entre o Estado e a Igreja, mas seria necessário uma outra forma de “entender, não um contratualização, mas antes uma relação de parceiros”, explica o Pe. José Pereira de Almeida. Esta hipótese foi avançada na conferência de Maria José Nogueira Pinto e ganhou eco entre os 270 participantes. As diversas possibilidades de intervenção social dos cristãos foi, de tarde, dada a conhecer. “Procurou-se não enveredar pela especulação, mas com base em exemplos concretos, dar boas notícias”. Um problema de última hora impossibilitou a partilha da Diocese do Funchal, da responsabilidade do Presidente da Cáritas do Funchal, mas o Centro Social Paroquial da Serafina, em Lisboa e através do Presidente da Câmara Municipal de Portimão, Manuel António da Luz, foram apresentadas boas práticas. “Em causa não estava uma autarquia confessional, mas a intervenção de um cristão numa autarquia procurando desenvolver uma intervenção social”, esclarece o Pe. José Pereira de Almeida. Boas práticas inseridas numa multiplicidade de “aspectos que por vezes correm menos bem”. Por isso mesmo, os workshops da tarde pretendem abordar as experiências, as dificuldades, os fracassos e a inovação “apresentados num debate mais pessoal” e onde a diversidade “ganha voz, sendo esta uma mais valia e um dos ganhos desta Semana”, aponta o Director do Secretariado Nacional da Pastoral Social. Sair desta reflexão de três dias confirmados na identidade cristã, “mais audazes e humildes, capazes de ver o outro que sofre, está doente, mais do que um utente, um irmão” é o que a organização pretende. O património de 24 semanas abre as portas para um compromisso e para que as boas práticas proliferem.