Internet: «Mudança só pode vir da sociedade e não de microchips»

Sublinha Rita Figueiras, professora da Universidade Católica Portuguesa

Lisboa, 27 jan 2015 (Ecclesia) – Rita Figueiras, docente na Universidade Católica Portuguesa (UCP), comenta o “debate público” sobre a internet e os “seus perigos” num mundo “desigual, heterogéneo e feito de muitas incompreensões e ódios” mas destaca a potencialidade para uma sociedade melhor.

“Este meio tem o potencial de ajudar à construção de um mundo mais coeso, compreensivo e justo, mas a força maior de mudança só pode vir da sociedade e não de microchips”, escreve a nova colaboradora do Semanário digital ECCLESIA.

Segundo Rita Figueiras, como outros media que a precederam, a internet “não anulou as desigualdades extranet”, antes pelo contrário, uma vez que esse contexto multidimensional que compõe a sociedade tem “enformado as possibilidades tecnológicas do seu impacto”.

Neste contexto, a docente na UCP alerta que o mundo é um lugar “desigual, heterogéneo” com “muitas incompreensões e ódios” que também se refletem no ciberespaço e destaca, “entre outros”, o regime político da China e do Irão que usam a internet de forma repressiva para “defender interesses instituídos”.

“O meio tem ainda sido utilizado como um instrumento de visibilidade e propaganda, como é o caso dos grupos terroristas pró-estado islâmico”, observa Rita Figueiras para quem a internet “mudou menos” a sociedade do que foi mudada por ela.

A doutorada em Ciências da Comunicação relembra que o “imaginário democrático” da internet provém dos “valores e ambiente cultural” do laboratório europeu de pesquisa (CERN – financiado pelo estado suíço) onde este meio foi desenvolvido no início dos anos 1990.

“Os valores da ciência e dos media públicos na Europa estiveram assim na génese deste novo meio, definindo-o indelevelmente como um bem público, aberto a todos e promotor de troca livre de ideias”, desenvolve na mais recente edição do Semanário digital ECCLESIA.

CB

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