Inteligência Artificial: «Vamos usar a tecnologia para construir um futuro mais humano, criativo e inspirador» – Francisca Seabra

Diretora-executiva da Burson reforçou que o «grande desafio é saber usar a Inteligência Artificial»

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Fátima, 26 set 2024 (Ecclesia) – Francisca Seabra, da agência de comunicação Burson, disse hoje que o grande desafio da Inteligência Artificial é “saber usar”, incentivando a aprender sem medo, na abertura das Jornadas Nacionais de Comunicação Social, da Igreja Católica, em Fátima.

“A Inteligência Artificial (IA) não tem critério, o critério somos nós que o temos e esse é o lado humano a introduzir na equação. Nós somos seres inteligentes. Nunca utilizar a IA sem pensar que quem tem o critério somos nós”, disse a CEO (sigla em inglês para diretora-executiva) da Burson.

‘Jornalismo e Inteligência Artificial’ é o tema das Jornadas Nacionais de Comunicação Social 2024 (JNCS), que decorrem entre hoje e esta sexta-feira, na Domus Carmeli (Carmelitas Descalços), em Fátima.

Francisca Seabra, que foi convidada para falar sobre ‘Comunicação, criatividade e inteligência artificial’, partilhou a sua “visão otimista” da utilização desta ferramenta e a forma de “encontrar a humanidade na era digital”, na utilização das novas tecnologias.

Segundo a oradora, o “grande desafio é saber usar a Inteligência Artificial”, e ter como ponto de partida o que deve o ser o humano a fazer, e o que é que deve ser da Inteligência Artificial.

“Temos a possibilidade de ter um computador a trabalhar por nós coisas que não gostamos, que não sabemos, e que é muito mais rápido”, acrescentou, lembrando que já se vive “todos os dias com Inteligência Artificial” e deu como exemplo as cookies (ficheiros que guardarem informações nos sites visitados), o algoritmo das redes sociais.

A CEO da Burson, agência de comunicação que tem um sistema interno de Inteligência Artificial, indicou contributos para esta ferramenta e assinalou a existência de um grupo dedicado a este tema com pessoas de diferentes áreas da empresa, apresentou ainda uma “perspetiva positiva” referindo-se a um “espaço de cocriação” e a uma “curadoria humana” da Inteligência Artificial.

“A Inteligência Artificial pode desafiar-nos a fazer mais para introduzirmos mais ideias, também orientação do que estamos a pensar e facilitar nosso trabalho”, acrescentou, reforçando a importância de se ter uma “visão utilitária da IA para facilitar a vida”.

A antiga jornalista realçou que a Inteligência Artificial “não pensa” como as pessoas, “não sabe adaptar-se” como o ser humano quer, por isso, o utilizador “muitas vezes” tem de “dar mais” nesta responsabilidade partilhada e saber que se está a “trabalhar com uma máquina” que não tem “a palavra final”.

“A Inteligência Artificial pode dar muito e não podemos simplesmente fazer copypast; temos de ser nós a validar e a introduzir o que parece correto”, realçou.

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Francisca Seabra fez um “convite à inovação, sem medo de aprender” aos participantes das Jornadas Nacionais de Comunicação Social 2024, destacando a importância de “testar, aprender, ler muito”, e a rodearem-se de pessoas.

“Temos de saber exatamente o que queremos; às vezes, não sabemos e temos de ir pesquisando, ter formação. Quando utilizamos temos de saber utilizar: há tentativa erro, mas temos de nos rodear de pessoas que saibam utilizar e o que queremos fazer com ela”, indicou.

A conferência de abertura terminou, antes do espaço de diálogo, com uma “mensagem esperança”, com a oradora a destacar que o “Papa Francisco é um dos melhores comunicadores deste século, “soube construir-se enquanto comunicador” e “não teve medo das redes sociais”.

“Vamos usar a tecnologia para construir um futuro mais humano, criativo e inspirador”, desafiou Francisca Seabra.

CB/OC

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