Debate sobre o futuro do Trabalho em Guimarães Mais de mil pessoas, oriundas dos mais variados locais do país, estiveram em Guimarães para participar no Encontro Nacional de Trabalhadores, organizado pela LOC/MTC— Movimento de Trabalhadores Cristãos. Debatendo o tema “O fruto do trabalho”, os participantes referiram-se, com preocupação, a um “contexto sócio-económico marcado pelo desemprego estrutural crescente e pela precarização do trabalho que ameaçam a dignidade da pessoa, a subsistência das famílias e a própria coesão da vida social, provocando o aumento da pobreza e da exclusão social”. No comunicado final do encontro, pede-se uma aposta clara “no emprego qualificado, na inovação e na criatividade”, frisando que “é necessário conjugar a aposta em novos produtos e serviços como a agricultura biológica, as energias renováveis, o turismo, a saúde, as tecnologias da comunicação e os serviços à comunidade com a reconversão daqueles que são tradicionais, como os têxteis e a metalurgia”. Reafirmando a “dignidade do trabalhador e do trabalho”, a LOC/MTC espera “políticas que conduzam a uma sociedade geradora de empregos dignos e, por isso, inclusiva, que promova a justa distribuição da riqueza, de modo a que se tornem na pedra angular de uma sociedade mais justa, equitativa, democrática e participativa”. Alfredo Bruto da Costa, Presidente do Conselho Económico e Social (CES), apresentou uma comunicação sobre o tema do Encontro, referindo que o “futuro do trabalho é o futuro de Portugal e do mundo”. O presidente do CES incentivou os trabalhadores a empenharem-se na humanização do trabalho, tendo como referência o pensamento ético e o pensamento social da Igreja: “O futuro do trabalho não tem que ser uma fatalidade. Só o será se nada fizermos no sentido de construirmos um mundo mais humano”. A “Declaração de Guimarães”, saída do encontro, aponta para uma nova organização do Trabalho compatível com a vida pessoal, familiar e profissional. Declaração de Guimarães • O Futuro do Trabalho