Um padre jesuíta explica como o programa “missão” promovido pela congregação na Índia proporcionou um novo recomeço na vida dos dalits, os mais desfavorecidos entre os indianos. Em entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre, o Padre Rossi Rego, de 68 anos, Procurador da Missão da Província Jesuíta de Karnataka (no sudoeste da Índia), congratulou-se com os resultados produzidos por uma iniciática católica que em prol dos dalits indianos, maioritariamente cristãos. O sacerdote referiu que o programa “missão” providenciou jardins-de-infância, escolas, escolas, centros de ajuda e apoio às pessoas endividadas, proporcionando um “novo arranque” na vida de muitos dalits que sofrem com a discriminação social a que estão sujeitos no sistema de castas indiano. Devido ao endividamento das famílias, as crianças são frequentemente forçadas a trabalhar. As famílias que viviam nos campos mudaram-se para os grandes centros urbanos à procura de trabalho e de uma melhor qualidade de vida, mas muitas acabam por nunca sair dos bairros de lata. Desde há 25 anos, o programa “missão” disseminou-se um pouco por todo o país, retirando as crianças do mundo do trabalho forçado, colocando-as em escolas de reabilitação. Um contributo essencial para este programa é dado por bancos privados que encorajam os dalits a fazerem poupanças e a não contraírem empréstimos a altas taxas de juro. O Pe. Rossi Rego afirmou: “Quando visitei pela primeira vez as comunidades envolvidas na ‘missão’ via pessoas sujas e mal vestidas, com falta de condições de higiene nas suas casas. Agora as coisas mudaram radicalmente”. “As mulheres estão a afirmar-se mais, a ‘chegar-se à frente’. Lutam pelos seus direitos nas instâncias públicas. Isto seria impensável há dez anos atrás”, acrescentou. A Ajuda à Igreja que Sofre concedeu, entretanto, apoio a um centro destinado a promover um melhor relacionamento entre cristãos e crentes de outras religiões, especialmente com os hindus. Departamento de Informação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre