Os Bispos e responsáveis nacionais pelos serviços de catequese da Igreja Católica na Europa defendem a necessidade de “caminhos diferenciados” para as pessoas que desejam tornar-se cristãos nos dias de hoje. 60 representantes de 27 países, incluindo Portugal, reuniram-se na semana passada em Roma para debater o tema “Iniciação Cristã como processo para tornar-se cristão”, numa iniciativa promovida pelo Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE). Atendendo à variedade de situações dos indivíduos que pedem o Baptismo, o comunicado final do encontro, enviado à Agência ECCLESIA, sublinha a importância dos serviços catequéticos diocesanos e nacionais para “prestarem apoio a dioceses, paróquias e outras comunidades” na construção de espaços de acolhimento e evangelização. “Tornar-se cristão é um processo que dura toda a vida e está profundamente ligado à experiência de tornar-se humano”, aponta o documento. Os participantes destacam a importância do acompanhamento da família e lembram que, no acompanhamento dos catecúmenos, é essencial “o mandato do Bispo”. Os últimos dados divulgados no Anuário Estatístico da Igreja, publicado pela Santa Sé, mostram que o número de Baptismos na Europa é “estacionário” ao longo do último quarto de século, também por força da crise demográfica. Entre 1978 e 2004 o número de católicos aumentou em 12 milhões, para 280 milhões de fiéis baptizados, 39,5 %da população total do Velho Continente. O caso português foi apresentado em Roma, mostrando o diagnóstico dos últimos 30 anos. O trabalho que tem sido feito no âmbito da iniciação cristã “precisa de tempo para que se vejam os resultados”, refere o Pe. José Cardoso. Em Portugal, mais de 5 mil crianças são baptizadas após o início da sua caminhada na catequese, todos os anos. Na sua última assembleia plenária, a Conferência Episcopal Portuguesa convidou as comunidades cristãs a desenvolver formas autênticas e actuais de iniciação cristã e a prestar particular cuidado à oferta de formas de aprofundamento da fé aos já baptizados. Quanto ao catecumenado propriamente dito, para não baptizados, a CEP defende que “importa distinguir entre catecúmenos em idade de infância e adolescência e adultos, mediante a criação de metodologias e subsídios adaptados”. Neste sentido, foi lançada a ideia de um Serviço Nacional de Catecumenado, com articulação entre Comissão Episcopal de Liturgia e Comissão Episcopal de Educação Cristã. No encontro de Roma, promovido pelo CCEE, foi destacada a importância de as várias conferências episcopais apostarem na “sólida formação dos catequistas” e no acompanhamento dos que se aproximam da Igreja numa “busca espiritual”, em especial os que procedem das “fileiras dos novos pobres”, como os presos, homens do mar, estudantes, militares, imigrantes e minorias étnicas.